Idealizadores do POA Inquieta defendem que as rodas de conversa são essenciais

Painel sobre o projeto foi apresentado por César Paz, Adriane Ferrarini, Isabel Kristin e Sirley Carvalho

Sirley, Cesar, Adriana e Isabel - Divulgação/Coletiva.net

O projeto POA Inquieta foi o tema da segunda palestra deste domingo, 18. A apresentação ficou por conta de César Paz, Adriane Ferrarini, Isabel Kristin e Sieley Carvalho, que apresentaram a iniciativa ao público de cerda de 200 pessoas. O primeiro a assumir o microfone foi Cesar, que falou sobre transformação local e global e defendeu que o foco é pensar localmente, ou seja, Porto Alegre. "É a transformação da cidade por meio da economia criativa, que é o que está ocorrendo, com iniciativas como Black Sheep Project, Exponential, POA Inquieta", exemplificou.

Cesar lembrou que um dos insights para o surgimento deste projeto foi a greve dos caminhoneiros, que ocorreu em maio de 2018. Outra inspiração foi a cidade de Medellín, na Colômbia, que viu sua realidade mudar em 20 anos. "Toda a t7ransformação ocorreu com rodas de conversa, que geram afeto, olho no olho e troca de ideias. Essa é a inspiração essencial para esse modelo de construção", destacou.

Sirley, por sua vez, disse que é importante pensar em uma ação nas cidades que fizeram transformação social com e através das pessoas. Segundo ela, Medellín é uma inspiração e ajuda a avaliar Porto Alegre: "O que ajudou para a mudança lá e como isso pode funcionar aqui", comentou. Ela resgatou a história da cidade colombiana, que, na década de 90, era conhecida mundialmente pelo tráfico de drogas. "Eles queriam identificar o problema número um, que era a violência e fizeram isso por meio de rodas de conversa, em uma investigação junto com as pessoas", explicou.   

Na sequência, Adriana complementou a fala da colega, dizendo que, em Medellín, a sociedade sabe cobrar e tem consciência do seu papel. "Lá, a comunidade conhece a si mesma e o governo acolhe as sugestões e produz mudanças por meio de pesquisas. Por isso a importância de os dados serem abertos", afirmou. Porém, pontuou que a cidade da Colômbia não é um mar de roas e tem muitos desafios, no entanto, poder público e sociedade se uniram para mudar. "Porto Alegre tem um inimigo em comum, que é a estagnação de quase duas décadas sem mudanças, sem crescimento", comentou.

Após as explanações, o público fez algumas perguntas sobre o projeto. Entraram na discussão assuntos como a intervenção do poder público nestas transformações, como a academia pode ajudar neste processo e o que está sendo feito para colocar em prática todas as mudanças pensadas pelo coletivo. "O POA Inquieta já é uma iniciativa que mostra que há pessoas inspiradas e que querem essa mudança. Sabemos que vai ;evar tempo, mas já se apresenta como uma alternativa de um grande projeto social. É uma corrida de tartaruga, uma construção coletiva", finalizou César.  

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