#eleNUNCA

Por Cris De Luca

Vamos voltar a um assunto que nunca sai da minha pauta e nem deveria sair da de vocês também: o desrespeito às mulheres. Sempre tem tanta coisa para falar, para contestar, para exigir, sim, exigir, porque infelizmente a gente ainda precisa exigir que nos respeitem. E quando tu enxergas as pesquisas eleitorais e vê uma criatura em primeiro lugar na corrida presidencial que está cagando (desculpem o termo) para as mulheres e já mostrou o quanto é machista em muitas ocasiões, chega a dar medo!

Mas, pensando bem, ele é apenas o reflexo de uma parte da população que acha que os grandes problemas na nossa sociedade hoje começaram a acontecer por causa do empoderamento das mulheres, da 'liberdade' sexual, que o feminismo é o grande culpado de tudo. Ontem, depois do grupo de mulheres contra o inominável ter sido hackeado duas vezes no Facebook  e os dados das administradoras terem sido expostos na rede, li um card que tinha a frase "O machismo é o medo dos homens das mulheres sem medo".  

Acho que nós, mulheres, ainda temos medo de muita coisa, infelizmente. Cada saída na rua, caminhada à noite, retorno de festa, não tem com o medo não estar presente. Na última semana, só para relembrar, tivemos notícias sobre cunhado assassinando cunhada, motorista de aplicativo estuprando menor de idade, e por aí vai. A gente nunca sabe por qual lado seremos atacadas e não estou falando aqui somente de ataque físico. Mas já estamos acostumadas a viver a vida com medo mesmo, até porque ele não pode nos parar e não para mesmo.

Somos metade da população, mais da metade dos eleitores do País. Não tem como a gente ficar parada olhando essa onda de intolerância e desrespeito crescendo e ficar de braços cruzados. A gente sabe que quando a gente se une, somos muito mais fortes. Mas tem muita gente que ainda não tem ideia disso. Acho que o recado que a mulherada que se reuniu lá no FB quer passar é que não vamos mais tolerar sermos desrespeitadas sem fazer nada, sem colocar a boca no trombone, sem somar forças, sem fazer barulho. Que não vamos deixar o nosso destino como população na mão de qualquer um. Que enquanto pudermos nos mobilizar e convencer outras mulheres que votar nesse cara não é o caminho, nós vamos fazer. Não vão nos parar. Não vão nos calar. Estou só pela agenda de mobilizações e ver a mulherada na rua reafirmando #eleNÃO #eleNUNCA.

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

Comentários