Pagodinho inspirador

Por Grazielle Araújo

A noite de quarta-feira aqui em Porto Alegre tava uma das mais de frias que lembro da vida. Depois dos 30, a gente pensa duas vezes antes de ir pra rua. Eu, que gosto de um pagodinho, convenci o marido a ir no show do Turma do Pagode. Pausa para possíveis julgamentos e umas risadinhas dos que me conhecem (a Grazi e esses shows dela). Ainda bem que a gente foi. Claro que o fato de termos nos agasalhado bem também contribuiu.

Há pouco tempo que presto atenção no show inteiro, confesso. O palco era do Araujo Viana, que conseguiu ser acolhedor para diferentes espetáculos e públicos. Plateia cheia. A sensação era que, além de todos estarem dançando, a luz conversava com o ritmo, que combinava com a entonação da voz de quem cantava. Tudo redondinho, bonito de assistir.

Daí, fiquei me perguntando como chegavam neste resultado. Ensaio? Estudo? Manual? Dom? Um toquinho de sorte. Qual a forma que deu certo? Quem opera isso? Desde a ideia inicial até aprovação e execução?

Minha reflexão não parou por aí. A banda tem alguns clipes recentes e, inteligentemente, colocavam para rodar no telão. Arrisco dizer que um deles era lançamento do dia, quase que exclusivo.

Então, do meio pro fim, onde a galera já tava embalada, eles puxam sucessos antigos e regravados com os respectivos cantores. Alguns com clip e outros só no tocado ao vivo, no instrumento mesmo. Diferente de outros shows que já fui, na parte que o cantor convidado cantava, subia o som com a voz dele. E a acústica - que também deu espetáculo - passava a sensação que era tudo ao vivo.

Até fez eu ter uma ideia para sugerir à banda (cobrarei royaltes). E se, em algum momento, rolasse uma interação? Entre o público, o cantor daqui e o de lá? Um bom sinal de internet e a produção atenta ao roteiro, dá pra inventar uma moda. Cada show uma ligação diferente. A oportunidade de divulgar tudo e mais um pouco, de usar a tecnologia a favor da cultura. Todo mundo ganha com isso. Pagodinho é tão bom que até serviu de inspiração pro texto dessa semana.

Autor
Grazielle Corrêa de Araujo é formada em Jornalismo, pela Unisinos, tem MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, na Estácio de Sá, pós-graduação em Marketing de Serviços, pela ESPM, e MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada, pela Cândido Mendes. Atualmente orienta a comunicação da bancada municipal do Novo na Câmara dos Vereadores, assessorando os vereadores Felipe Camozzato e Mari Pimentel, além de atuar na redação da Casa. Também responde pela Comunicação Social da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs) e da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Nos últimos dois anos, esteve à frente da Comunicação Social na Casa Civil do Rio Grande do Sul. Tem o site www.graziaraujo.com

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