Palavras "mágicas"

Por Cris De Luca

Outro dia conversando com dois amigos que há tempos não via, colegas de profissão, começamos a falar sobre como são importantes alguns momentos de crise na vida para podermos definir alguns limites e mudar algumas formas de pensar. Pode levar anos para que a gente se dê conta atitudes muitas vezes simples, podem nos ajudar em muita coisa, principalmente, a não nos sobrecarregar mentalmente.

Parece meio bobo, às vezes, coisa de auto-ajuda clichê, mas quem melhor do que a gente para saber o que faz diferença no dia a dia e na nossa vida, não é mesmo? Eu notei que usar algumas palavras "mágicas" tem me ajudado muito a não ficar me sentindo culpada por assumir algumas posturas que antes, de certa forma, eu era obrigada a ter por N fatores, N pessoas, que não vem ao caso agora.

Uma delas, inclusive, é tal expressão não sou obrigada. Porque aprendi a duras penas que não sou mesmo. Não sou obrigada a agradar todo mundo, não sou obrigada a sempre dizer sim para o que os outros pedem, não sou obrigada a sair de casa quando eu não quero, não sou obrigada a conviver com quem não me agrega, a trabalhar com pessoas e empresas com as quais não me sinto bem, não sou obrigada a aceitar desaforo e gente mal educada, não sou. 

Outras dessas palavras estão meio em alta por causa do livro "A Sutil Arte de Ligar o F*da?se". Sim, o F*da-se. Uma expressão que liberta. Dizer em alto e bom som, então, é uma delícia. Apesar desse sucesso todo do livro, eu aprendi a usá-la lá em 2003 quando estava fazendo o MBA e tinha o maravilhoso Dado Schneider como professor. Ele dizia (acredito que ainda diga) que temos um botão de on e off do f*oda-se e que algumas vezes ele precisa sim ser ligado sem a gente pensar muito nas sequências. Mas na maioria delas, o f*oda-se serve para a gente deixar bem claro o que é importante e prioritário na vida e que a decisão de dar muito peso para certas coisas que acontecem é só nossa. Cheguei a ler obra citada ali em cima, não achei nada demais, mas é aquele tipo de livro que te faz lembrar que tu já sabe como lidar com algumas situações e só precisa que alguém te mostre isso de novo.

E, por último, mas não menos importante, é algo que tenho aprendido diariamente e que recebi de um colega do Gengibre que é "sem sofrer" ou  "não é para sofrer". Em qualquer tipo de relacionamento na vida, têm alguns momentos em que tu já estás em sofrimento por causa de alguma situação ou de alguma pessoa, nem sempre se percebe que se está nessa situação, mas tu sabes que tem algo de errado. Quando se começa a visualizar melhor esse momento de dor, essa linha tênue que existe entre as relações saudáveis e as abusivas (sim, existe muito isso no mundo corporativo), a gente começa a entender que não tem necessidade alguma ultrapassar essa "fronteira".

Nem sempre o cliente vai entender o que tu consideras ideal para ele como especialista, que alguns querem só o feijão com o arroz e está tudo bem. Tu não precisas sofrer com isso. Nem sempre o colega que está ao teu lado trabalhando vai se dedicar tanto ao cliente quanto tu e tu não precisas sofrer com isso. Nem todo profissional vai ser preocupar em buscar conhecimento e estar sempre atualizado como tu gostas de estar. E, além de tu não teres nada a ver com isso, não precisa sofrer pelo outro também.

Isso poupa energia, tempo e desgaste físico e mental. Poupem-se. Cuidem-se. Exercitar essas três expressões/atitudes junto com paciência, tolerância e empatia tem feito muito bem por aqui. Experimentem. Garanto que vale a pena!

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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