Pesadelos

Acordei assustado em meio da noite. Eu estava afundando com o Titanic, não no Oceano Atlântico, mas no Rio Madeira, no Acre, que não …

Acordei assustado em meio da noite. Eu estava afundando com o Titanic, não no Oceano Atlântico, mas no Rio Madeira, no Acre, que não parava de subir. Refeito do susto, já bem acordado, reagi à ideia de tentar dormir de novo, com medo do mesmo, ou de outro pesadelo.
Pus-me a pensar. Ocorreram-me as vezes nas quais religiões perturbaram o mundo, como as Cruzadas. Religião e fanatismo, quando acontecem juntos, acabam em calamidades, quando acabam. É o caso, no momento, do islamismo. Não há Alá que explique tanta loucura em nome dele. Aliás, fanatismo na política também permite calamidades. O Movimento Sem Terra acaba de destruir precioso material de pesquisa, obstruir estradas e, calamidade maior, o governo ficou de bico calado.
No Brasil, há coisas difíceis de explicar, como os 13% de cidadãos que acham que o governo Dilma é bom ou ótimo. Será que tanta gente se recusa a enxergar o óbvio, ou seja, descobrir a necessidade absoluta do país partir para um ajuste fiscal, coisa que dona Dilma arrumou para si mesma? Mesmo que a vaca tussa, e doa a quem doer, a conta da luz já subiu, o desemprego já começou a aumentar, a Petrobras foi assaltada e muitos, antes de julgados, já estão presos. Faltam presídios em Curitiba, sede jurídica das investigações sobre o arrombo da Petrobrás. O Senado e a Câmara Federal estão presididos por políticos sujeitos a investigação, nem sempre respeitados e metidos no imbróglio geral.
O Comércio não vende, a Indústria está em crise, o Brasil exporta menos que importa e nem o dólar, nas alturas, ajuda a balança comercial. Os números do desemprego começam a ser assustadores. Tudo está negativo.
A corrupção flagra prefeito extorquindo empresas, partido expulsando membros e cidadãos perguntando que país é este? Respondo: neste momento, dona Dilma e país são sinônimo do caos.
Em pleno domingo, dois milhões de brasileiros foram às ruas protestar contra a presidentA e as panelas estão desocupando cozinhas e ocupando janelas e varandas. É mais uma forma de protestos.
E a Pátria Educadora? Já está parecendo um deboche tão grande quanto Aldo Rebelo ser o Ministro da Ciência e Tecnologia. E o Ministro da Educação já não é ministro, foi à Câmara para dizer que lá há um velho couto de achacadores.
Eu me pus a pensar e, pensando bem, sinto-me como um criminoso condenado por crimes que não cometi, a não ser que ser brasileiro é crime e, se for, é hediondo. Peço clemência!
De tanto pensar, resolvi voltar a dormir. Se voltar a ter pesadelo, sonho e pesadelo são ficções? Boa noite.

Autor
Mario de Almeida é jornalista, publicitário e escritor.

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