A motivação, esta misteriosa

Esta coluna nasceu de uma conversa improvável: encontrei um conhecido numa sexta-feira e ele comentou comigo que por solidão (e somente por ela, visto que ele tem um belo emprego, com um igualmente belo salário) ia trabalhar no Uber ou Cabify naquela noite. Fiquei realmente surpreso, mas achei a reação dele muito interessante.

Ao invés de ficar de lamentações e chororôs, ele foi à luta. Seja pela razão que for, se não queria (ou na verdade, não tinha já mais idade para a "noite"), se não estava disposto a se cadastrar em sites de relacionamento ou a razão que for, ele transformou um sentimento negativo (a solidão, talvez uma ponta de depressão) em algo produtivo: foi trabalhar. Com isto, além de preencher seu vazio, contribuiu com a sociedade gerando produção, fazendo rodar a roda do fazer, gerando ainda algum dinheiro para si.

Achei um singelo e belo exemplo para aqueles que ficam se queixando, numa lamentação sem fim, diante de um obstáculo, seja ele qual for. Seja de ordem pessoal (como era o caso deste meu conhecido), profissional, o que for. Não se intimidam diante das pedras grandes ou pequenas que surgem no caminho e se atiram a gerar algo positivo para si e para a sociedade. E (claro que o amigo leitor também conhece vários) como há gente queixosa no mundo de hoje!

Claro que não falo de um quadro de depressão grave e aguda, que deve ser tratado com medicamentos e terapia. Mas ainda assim, num quadro destes, há a necessidade de o indivíduo fazer sua parcela de esforço, no tamanho (a parcela) que possa, mesmo que seja passo a passo.

Fiquei, então, pensando o que impele certas pessoas para frente, não importando o tamanho do desafio ou obstáculo. O que as motiva? Apesar de já ter lido muito sobre o tema motivação, o que vejo é que ela continua sendo um grande mistério para pesquisadores, líderes, colaboradores, esposas e maridos, filhos e pais, descobridores de 7 mares ou não. O que, realmente, faz uma pessoa ir para frente é algo que está lá dentro, no fundo de cada um.

Voltemos ao exemplo deste meu conhecido: ao invés de ficar em casa bebendo e se lamentando, deu um passo adiante. Inventores, obrigatoriamente, devem ter uma dose extra de motivação: inúmeros e repetidos são os fracassos até que descubra o que procurava.

Há os que se atiram aos estudos, os que vão prestar assistência a necessitados, a forma em si não é o mais importante. O importante é que cada vez mais, no Brasil, consigamos sair de um estado em que se espera por um pai ou mãe provedor (no caso, o Estado brasileiro) para um estado de empreendimento, motivação e realização. Ok, alguns dirão, mas estamos evoluindo nesta direção. Sim, mas a meu ver a passos muito pequenos, lentamente. A parcela que ainda quer um estado provedor de tudo, ao invés de esforçar-se por atingir seus objetivos é muito maior do que aquela que vai à frente empreende e desafia os desafios.

Com o advento das startups e a chegada de novas gerações, isto parece realmente estar mudando. De um modo geral, são jovens com sangue, ideias e ideais novos de como viver. A TI, através de suas descobertas, subverteu lógicas estabelecidas há décadas, senão séculos. Todas as características dos jovens empreendedores são diferentes daquelas anteriores, se voltarmos ao exemplo do meu conhecido, ele mesmo usou transporte por aplicativo (algo extremamente novo para nós, brasileiros), em um formato novo, para sair da solidão e gerar produtividade. Vejam como as coisas mudam. A motivação segue misteriosa, mas ela está sendo adubada e crescendo. Façamos lavouras de motivação.

West Coast e Rodrigo Hilbert no lançamento da linha de inverno 2018

A West Coast é uma das empresas que incorpora o fazer, o ir adiante, o progredir de que eu falava aí em cima. E não poderia trazer alguém que traduzisse mais o ímpeto pelo fazer senão o multifacetado Rodrigo Hilbert para ilustrá-la. A tradução da cultura worker, com criações de inverno que foram inspiradas em trabalhadores contemporâneos de muita personalidade (por isto, o Rodrigo Hilbert foi escolhido a dedo) e que preocupam-se com a forma autêntica de vestir. O resultado é espetacular. Rodrigo ainda diz: "Eu adorei o convite para representar uma marca que gosto tanto e que, de quebra, me deu uma aula sobre como se faz calçados. É uma arte de verdade!" Não deixe - mas não deixe mesmo! - de conhecer a nova coleção de inverno da West Coast.

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