Agora, acabou de vez

Por Cris De Luca

Como vocês já notaram, sou uma entusiasta da Copa do Mundo. Na verdade, sou entusiasta de grandes eventos que são movidos por paixão e superação, como os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Verão e de Inverno. Mas voltemos ao mundial de futebol, porque agora é real: acabou mesmo. França bicampeã, Croácia vice e a Bélgica em terceiro lugar. Achei que iria ficar grudada na TV no final de semana pra ver as partidas, mas o cansaço da semana pós-final de semestre na faculdade (e algumas festas) me derrubou.

Acordei no domingo com os vizinhos e a minha irmã gritando com o gol de empate da Croácia no primeiro tempo. Me sentei na sala e, em seguida, deram o pênalti para a França. Como vocês podem imaginar, apesar de achar que não ganhariam o título, a torcida aqui de casa era para o time croata. Por quê? Não sei explicar direito. Talvez aquela mania que temos de torcer para a equipe que é 'mais fraca', pelo País mais sofrido, ou por ter visto todos os momentos de superação desta seleção com tantos jogadores com 'ICs' nos sobrenomes, saindo de três partidas seguidas com prorrogação e que pareciam que não teriam pernas para a final.

Tem gente que olha para uma Copa do Mundo apenas como partidas de futebol, mas tem muito mais coisa envolvida. Fiquei assistindo a alguns programas mostrando um pouco do que aconteceu neste último mês na Rússia e não tem como não se emocionar vendo seleções que sequer imaginavam um dia estar por lá como Islândia e Panamá. Deem uma olhada nas imagens do gol deles quando estavam perdendo de seis gols contra a Inglaterra. Ou o jogador Gimenez chorando no meio do jogo ao perceber que o Uruguai não conseguia passar para a fase seguinte. Ah! Teve o tal do VAR também. Até agora ainda não sei o que pensar sobre essa nova tecnologia.

Mas, voltando, teve a torcida do Peru cantando em coro com a seleção do seu país na despedida deles na Rússia. Teve os brasileiros cantando o hino a capela a plenos pulmões e tomando conta do metrô russo. Teve os filhos fofos dos jogadores invadindo o campo no final das partidas. Foi uma Copa surpreendente. Tanto que teve Ronaldinho Gaúcho tocando atabaque na cerimônia antes da final do mundial. Teve invasão do campo de integrantes do Pussy Riot, grupo punk feminista russo, conhecido por inúmero protesto ao governo Putin, vestidos de policiais. Teve a superação do Casagrande que conseguiu ir para Rússia e voltar sóbrio.

Teve o choro de alívio Griezmann na beira do campo ao final da partida e vestindo a bandeira do Uruguai na entrevista coletiva. Teve uma chuva torrencial para brindar o título e deixar as comemorações ainda mais divertidas com direito a peixinho dos jogadores franceses na grama encharcada e com papel picado grudado em todo mundo. Mas também teve a cena ridícula de só ter um guarda-chuva para proteger o Putin logo que a chuva começou.

Teve Kolinda, presidente da Croácia, com sua camisa quadriculada, vibrando como uma torcedora qualquer a cada conquista da sua seleção. Teve os abraços emocionados que ela deu em cada um dos jogadores croatas e também nos franceses. Teve os olhares de orgulho do Macron para os seus jogadores maravilhosos. Teve o sorriso bobo do adolescente Mbappé e seu prêmio de Jogador Revelação, que menino incrível! Teve a tristeza no olhar de Modric ao receber a Bola de Ouro de melhor jogador da Copa depois de ter perdido o título. Mas teve toda a alegria de Pogba interrompendo todas as entrevistas possíveis, subindo na mesa na hora da coletiva do técnico Deschamps, mostrando toda a alegria de um campeão mundial. Definitivamente, não é só futebol.

Daqui a quatro anos tem mais. Vai ser no Catar, durante o inverno deles, para o povo não passar mal demais. Só para deixar aquela lição a mais para a gente, que ainda tem obras da Copa de 2014 sem terminar: as obras por lá estão quase prontas. Sim, os jogos são em 2022 e está quase tudo pronto! Enfim... no meio do caminho ainda tem a Olimpíada de Tóquio! Puro <3!

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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