Impressões e pensamentos interligados: percepções

Uma notícia chamou minha atenção: as vendas do suco de laranja nos Estados Unidos registravam queda havia cinco anos. Pois "bastou" uma temporada uma pior temporada de gripe no país para que o consumo fosse retomado (em um índice de 0,99%). Muito provavelmente, os fatos estão interligados, como quase tudo no mundo de hoje. Pois o Brasil, um dos grandes produtores mundiais de laranja, pode acabar sendo beneficiado. Este fato (o Brasil ser, ou não, beneficiado) poderá ter a sua resposta nas próximas semanas.

Mas o que chama a minha atenção, embora não me surpreenda, é o fato de que, a partir de impressões (pois já faz alguns anos que a eficácia do consumo de vitamina C como antídoto para a gripe é discutida - e discutível pela comunidade médica) e percepções do consumidor, altera-se um cenário antes desfavorável para alguns países, tornando-o se não favorável, em início de melhora. Como uma gripe. Ou seja: o consumo de um produto (que sempre está ligado às percepções do consumidor) no mercado norte-americano (que tem mais de 300 milhões de habitantes) pode ser diretamente impactado por entendimentos ou mesmo crenças espalhadas há décadas. E, como toda crença, ela pode levar outras tantas décadas para ser modificada. Ou isto nunca vir a acontecer, claro.

Em tempos digitais, a informação corre mais rápido, como todos sabem. Seja através da pesquisa em sites como o Reclame Aqui, seja antes de instalar um app em seu smartphone pesquisar a reputação deste, o depoimento de seus usuários, para dar exemplos banais (claro, sabemos que há robôs trabalhando para incluir opiniões e depoimentos falsos, favoráveis a tal empresa, mas como não temos (ainda) como rastreá-los (falo do cidadão comum), vamos utilizando estes recursos). E, claro, a grande mídia e mesmo as redes sociais. Porém, se as primeiras podem ser benevolentes ou até favoráveis com determinadas organizações, as redes sociais estão transbordando de fake News, distorcendo totalmente a realidade. (Mas, aí, vale seguir o be-a-bá das fake news, consultando a fonte da informação, fazendo uma pesquisa rápida, recorrendo ao depoimento de amigos, além do fato de a própria "informação" ser crível, etc).

A informação correndo mais rápido deveria alterar a percepção do consumidor também mais rapidamente. Porém, como disse anteriormente, crenças assim são chamadas porque estão arraigadas na mente deste. Entra um número maior de variáveis em jogo e o movimento destas variáveis é fino e delicado, embora não necessariamente lento.

Em um país como o Brasil, em que grande parte da população é mal informada (considerando que cerca de um terço não tem sequer acesso à Internet (fixa ou móvel) dá para entender um pouco este cenário) em função de ter uma alta carga horária de trabalho, excessivo tempo de deslocamento para suas residências, baixa remuneração, nível fraco de escolaridade ou mesmo escolaridade funcional, além de sermos uma nação católica (o que favorece a implantação e enraizamento de crenças (neste caso, não falo necessariamente de crenças negativas)), explica a razão de os entendimentos e percepções demorarem mais a mudar. E principalmente as crenças. E veja que os Estado Unidos (um país fortemente religioso, também), a pátria dos negócios e do marketing, pode estar suscetível a uma crença decana.

Como combater crenças, no que se refere à informação, ou seja, caso uma crença não tenha mais amparo na verdade científica e suas bases anteriores tenham mesmo se modificado? Dê-lhe informação, em largos volumes, um trabalho de marketing estratégico, esclarecimentos acessíveis a todos (ou quase, àqueles possíveis), para que tais crenças mudem. E mesmo assim, há crenças que atravessaram séculos até serem derrubadas (embora nunca tenhamos passado uma época de tamanho volume de informação circulando em toda a história). E para que tal iniciativa tenha sucesso, também precisamos muitas vezes combater no próprio marketing antigas crenças e percepções e partir para visões e atitudes disruptivas. Mãos à obra?

Sandro Moscoloni - Collection off City

Uma nova coleção dos calçados de altíssima qualidade e estilo Sandro Moscoloni será lançada em 5 de março. Com inspiração na cidade de São Paulo (embora naturalmente seja adequada a todas as capitais e muitíssimas cidades brasileiras), teve por base o conceito da cidade e suas infinitas possibilidades, tendências e estilos (e até tribos). A coleção Collection of City foi cuidadosamente desenhada e trabalhada para homens mais básicos, mas também para aqueles que não dispensam um estilo impecável. Pensando a diversidade para inúmeras ocasiões, há as possibilidades de looks incríveis para o dia a dia, independentemente do estilo. Classe ou descolamento: está tudo lá.

Comentários