O que ficou da greve?

Mil coisas passaram na cabeça para escrever a coluna dessa semana. Mas outras tantas me fizeram pensar sobre a tal greve que parou o País. Então, eu convido todos a refletirem enquanto leem este texto.

Na nossa volta, o que mudou, de fato? O que sentimos? Qual o saldo? As percepções? As opiniões? Eu não falo da baixa do diesel e de tudo que foi negociado, falo do que respingou pertinho de nós. Essa parada serviu para eu olhar na minha volta e ver, por exemplo, quem perguntou como estávamos nos virando lá em casa. Precisa de carona para escola do teu filho? Está indo como para o trabalho? Ainda tem gasolina? Sabe quais postos vão abrir? Conta aí, você também, quantas pessoas se preocuparam com os teus.

Eu não tive que ir ao supermercado, mas soube de cada história vergonhosa de puro egoísmo e falta de noção. Eu vi gente apoiando a greve sem saber do que se tratava, eu presenciei quem foi a favor e depois mudou de opinião. Eu ouvi quem disse que seu negócio ia mal e que não era a favor de toda essa parada. Eu presenciei espertalhões tentando furar a fila do combustível, que talvez sejam os mesmos que reclamam da corrupção.

O jornalismo, como sempre, numa cobertura mais do que integral e, principalmente, dos prejuízos que o caos trouxe consigo. Faz parte, eu entendo. Mas esgota, traz mais desespero para alguns, aliena outros. É o papel informar, mas também poderíamos ser mais otimistas ao produzir conteúdos com 'o lado bom' no caos. Pauta tinha, com certeza. Talvez faltasse repórter, espaço editorial ou colhão mesmo.

Eu tenho mesmo essa mania de procurar encontrar um lado bom nas coisas, até quando tudo parece estar desmoronando. Estamos todos precisando ser mais humanos, menos egoístas, mais solidários, menos reclamões. Arregaçar as mangas e fazer por si, pelo outro, pelo próximo. Tem quem fique feliz ao receber uma simples mensagem de preocupação, quem se anime ao conhecer novas alternativas de pessoas que driblaram as dificuldades e quem abra o jornal e se interesse por ler - também - boas notícias.

Autor
Grazielle Corrêa de Araujo é formada em Jornalismo, pela Unisinos, tem MBA em Comunicação Eleitoral e Marketing Político, na Estácio de Sá, pós-graduação em Marketing de Serviços, pela ESPM, e MBA em Propaganda, Marketing e Comunicação Integrada, pela Cândido Mendes. Atualmente orienta a comunicação da bancada municipal do Novo na Câmara dos Vereadores, assessorando os vereadores Felipe Camozzato e Mari Pimentel, além de atuar na redação da Casa. Também responde pela Comunicação Social da Sociedade de Cardiologia do RS (Socergs) e da Associação Gaúcha para Desenvolvimento do Varejo (AGV). Nos últimos dois anos, esteve à frente da Comunicação Social na Casa Civil do Rio Grande do Sul. Tem o site www.graziaraujo.com

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