WhatsApp confirma envios ilegais no último período eleitoral brasileiro

Revelação foi feita pelo gerente de políticas públicas e eleições globais da plataforma

É a primeira vez em que a companhia admite as irregularidades - Reprodução

Pela primeira vez, Ben Supple, gerente de políticas públicas e eleições globais do WhatsApp, confirmou que existiram disparos de mensagens ilegais e em massa na plataforma durante o período eleitoral brasileiro do ano passado. A revelação foi feita durante uma palestra realizada no Festival Gabo de Jornalismo, evento que ocorreu na semana passada em Medelín, na Colômbia. "No Brasil, muita gente usa o WhatsApp como fonte primária de informação e não tem meios para verificar a veracidade do conteúdo", disse

Nas palavras de Supple, "na eleição brasileira do ano passado, houve a atuação de empresas fornecedoras de envios massivos de mensagens, que violaram nossos termos de uso para atingir um grande número de pessoas", contou. Na sequência, criticou o uso de grupos públicos do aplicativo para distribuição de conteúdos políticos. Segundo reportagem do jornal Folha de São Paulo, sobre o tema, pontuou que: "Vemos esses grupos como tabloides sensacionalistas, onde as pessoas querem espalhar uma mensagem para uma plateia e, normalmente, divulgam conteúdo mais polêmico e problemático", frisou.

Na ocasião, também fez questão de lembrar que a plataforma foi criada para abrigar conversas orgânicas entre famílias e amigos, contudo reiterou que a utilização do WhatsApp por campanhas políticas não viola as regras do aplicativo e que "todos estão sujeitos aos mesmos critérios". Citou ainda que, na empresa, sempre souberam o quão desafiante seria o período eleitoral nacional, pois havia uma polarização muito forte, e que isso fornecia condições ideais para a disseminação de desinformação.

Contudo, reafirmou que a plataforma vem tomando decisões cada vez mais firmes com o intuito de barrar manipulações feitas por grupos extremos. Como exemplo, pontuou que, no final de setembro, a organização excluiu 1,5 milhão de contas que propagavam conteúdos falsos e se utilizavam de bots para replicagem dos mesmos. Inclusive, na Índia, lançaram um recurso que checa a veracidade das informações veiculadas na plataforma.

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