Relatório anual detecta que violência contra jornalista caiu em 2017

Foram registrados 99 casos de agressões contra a categoria, 38,51% a menos do que em 2016, quando houve 161 casos

A Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) detectou que diminuíram os casos de violência contra jornalistas em 2017, em comparação com o ano anterior. Segundo o relatório da entidade, que será divulgado oficialmente nesta quinta-feira, 18, no Rio de Janeiro, foram registradas 99 agressões contra a categoria, 38,51% a menos do que em 2016, quando houve 161. No documento não foi apontado nenhum assassinato em decorrência do exercício profissional do Jornalismo e ocorreu grande redução de mortes de outros profissionais da comunicação e comunicadores populares. No ano passado, foi catalogado somente a morte do blogueiro Luís Gustavo da Silva, no Ceará. Em 2016, foram cinco assassinatos. 

No entanto, a Federação alerta para o grande número de casos de violência, concreta e simbólica, contra a categoria, que continuou sendo vítima de agressões, ameaças, atentados, detenções arbitrárias e ações judiciais em 2017. O relatório divulga que quatro jornalistas foram demitidos em razão de comentários ou de reportagens que geraram reações negativas. Um profissional foi suspenso por 30 dias após escrever em seu perfil de rede social sobre a direção da Fundação Piratini, em Porto Alegre.

Também é motivo de preocupação, conforme aponta a entidade, o aumento proporcional dos casos de cerceamento à liberdade de imprensa por ações judiciais. Foram registrados 12 casos nessa modalidade, o que representa 12,12% do total e, no ano anterior, esse porcentual foi de 11,18%. Esse número levou os integrantes do Poder Judiciário e do Ministério Público à terceira colocação no ranking dos principais agressores, atrás dos policiais, responsabilizados por 19 agressões, e dos políticos, que aparecem na segunda colocação, com 15 casos. Funcionários públicos e empresários, incluindo os de empresas públicas de comunicação, ganharam destaque na lista, com 12 casos de violência contra jornalistas cada.

A categoria foi vítima, ainda, de atletas, dirigentes de clubes esportivos e familiares (8 casos), populares (6), seguranças (4), manifestantes (3), pastores (2) e de um médico. Nas situações de atentados, os agressores não foram identificados. Na avaliação da presidente da Fenaj, Maria José Braga, a diminuição dos casos de violência é resultado das pressões por mais segurança no exercício profissional, por parte da própria Federação e pelos sindicatos representativos.

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