"O Brasil é um dos países criativos de melhor desempenho no mundo", diz José Papa

Brasileiro ocupa cargo de diretor administrativo do festival desde agosto de 2016

José Papa - Divulgação/Coletiva.net

Por Cleidi Pereira, enviada especial de Coletiva.net

Em entrevista exclusiva ao portal Coletiva.net, o diretor administrativo do Cannes Lions, o brasileiro José Papa, falou sobre as expectativas para a edição 2018 do Festival Internacional de Criatividade, que começa nesta segunda-feira, 18, na Riviera Francesa. Papa, que assumiu o posto em agosto de 2016, também faz uma avaliação da participação do Brasil no evento e se diz otimista com o futuro do País.

Ex-CEO da WGSN e diretor de Estratégia Corporativa do Grupo Estado, Papa afirma que o festival passou pela maior reestruturação de sua história para atender às demandas da indústria. No ano passado, durante o Cannes Lions, a Publicis Groupe anunciou que não inscreveria trabalhos na premiação para se dedicar à sua nova plataforma de inteligência artificial. Fundador e então CEO do Grupo WPP, Martin Sorrell também fez críticas ao modelo do festival e declarou, na última edição, que participa de Cannes era "caro e trabalhoso".

Confira a entrevista com José Papa:

O que podemos esperar da edição 2018 do Cannes Lions?

Este será um ano muito especial para o festival. Nós simplificamos o programa de conteúdo e voltamos o foco para os Leões. O festival está um par de dias mais curto, mas ainda estamos investindo na experiência dos delegados e encontramos espaço para tudo na semana de trabalho. Estamos confiantes de que a nova experiência, juntamente com uma estrutura unificada de prêmios e um programa de conteúdo, permitirá que as pessoas mergulhem na experimentação plena de criatividade.

Quais são as principais mudanças?

As mudanças que fizemos são uma nova fase para o festival e estamos empolgados em focar a criatividade no centro de tudo o que fazemos. Assim como a indústria precisa inovar, o mesmo acontece com o festival, e nós temos de fazer as mudanças que a indústria pede. A nova estrutura é uma grande mudança na forma como apresentamos e pensamos os Leões, mas foi importante fazê-la para que o festival permanecesse relevante.

A igualdade de gênero tem sido debatida durante o festival. As marcas, as agências e a publicidade em geral estão em processo de desconstrução?

A igualdade de gênero afeta todas as partes da sociedade e é importante em todo o nosso meio. Como representantes do setor, é claro que é crucial que Cannes Lions discuta a questão da igualdade de gênero. Temos muitos palestrantes em todo o nosso programa que discutem a igualdade de gênero e garantimos que este tema esteja no topo da agenda.

Qual será o seu legado como diretor do Cannes Lions?

Bem, uma grande mudança aconteceu no festival desde que assumi o cargo de diretor administrativo. Este ano, por exemplo, será marcado como uma das maiores reestruturações da história do festival. Penso que, ao lado de Philip Thomas, presidente eleito do Cannes Lions, e da nossa equipe, alcancei os objetivos.

A crise política e econômica no Brasil tem afetado o desempenho do País no festival? Como brasileiro, você é otimista sobre o futuro do País?

O Brasil é um dos países criativos de melhor desempenho no mundo. Veja todos os Leões que as agências e as marcas brasileiras levaram para casa. E olhe só para o nosso recorde da Copa do Mundo! O Brasil lidera o mundo. Um país de pessoas que são tão inovadoras, ambiciosas e inspiradoras, só posso estar otimista em relação ao futuro do Brasil.

 

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