Sindicato dos Jornalistas denuncia Fundação Piratini na Assembleia

Direção da TVE questiona que entidade não apresenta provas das acusações

Dramatização foi feita a partir dos relatos de servidores ao sindicato | Crédito: Divulgação/SindJors
O Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul apresentou à Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa nesta quarta-feira, 3, problemas de relacionamento relatados à entidade. Segundo o presidente do SindJors, Milton Simas, o assédio, "tanto moral quanto sexual", afeta funcionários em órgãos públicos e privadas, tanto da Capital quanto do Interior do Estado, mas a procura pela CCDH foi motivada por denúncia que atinge servidores estaduais da Fundação Piratini. "Os nossos colegas da Fundação Piratini estão sofrendo desse mal desde o início deste ano", destacou o presidente.
O dirigente contou que, desde que o sindicato tomou o conhecimento da causa, tentou solucionar o problema de maneira diplomática, com a realização de audiências com a presidente da Fundação Piratini, Isara Marques, e com o diretor-geral da Secretaria de Comunicação do Estado, Orestes de Andrade Jr. O SindJors afirma ter sido orientado a levar o caso ao Conselho Deliberativo da instituição, onde obteve como resposta que se trata de "casos pontuais".
"Não vamos comentar o assunto porque até o momento não foi apresentada nenhuma prova destas acusações", disse a presidente da Fundação Piratini, jornalista Isara Marques. Ela entende que, se há provas, o sindicato deveria se dirigir ao Ministério Público do Trabalho. "O sindicato está adotando uma estratégia que parece que só tem o objetivo de nos desgastar", acrescentou Isara, dizendo que também estranha o fato de, antes de ir a público, o assunto não ter sido levado ao conhecimento da Comissão de Ética do próprio sindicato, "que tem jornalistas que foram eleitos por toda a categoria. A comissão certamente pediria comprovação das acusações, e acho que é por isso que o sindicato evitou este caminho mais racional".
Na Assembleia, Milton relatou que os servidores sofrem perseguição não só no ambiente de trabalho, mas também em sua vida social, familiar e conjugal. Conforme o presidente do SindJors, há depoimentos de falta de motivação para retornar ao trabalho, adoecimento físico e psicológico, que afetam as relações pessoais e sociais. Milton ainda solicitou a criação de um Grupo de Trabalho para dar encaminhamento ao caso. O presidente da CCDH, deputado Catarina Paladini (PSB), sugeriu o encaminhamento da questão ao Estado, proposta aceita pelos demais integrantes da Comissão.
Para representar os casos de assédio moral enfrentados pelos servidores da Fundação Piratini, o Sindicato dos Jornalistas recorreu à dramatização, com a apresentação de cenas baseadas nos relatos prestados pelos profissionais da instituição. A manifestação não agradou a todos os espectadores. O deputado Marcel Van Hattem (PP) alegou que o espaço concedido à entidade deveria ser utilizado somente por um de seus representantes.

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