Fortalecimento da comunicação pública é tema de debate

Ativistas pela democratização da comunicação participaram de mesa no Fórum Social Temático na noite de quinta-feira

Mesa "Mídia, Ideologia, Educação e Poder - A luta contra o monopólio da mídia e a reforma do Estado" | Crédito: Joana Berwanger/Sul21
O fortalecimento da comunicação foi o tema central de uma das mesas de debate do Fórum Social Mundial Temático na noite da última quinta-feira, 21. A mesa "Mídia, Ideologia, Educação e Poder - A luta contra o monopólio da mídia e a reforma do Estado" reuniu ativistas dos direitos humanos e pela democratização da comunicação.
Entre os presentes estava o secretário Especial dos Direitos Humanos do governo federal, Rogério Sotilli, que defendeu que a comunicação deve ser abordada do ponto de vista dos direitos humanos. No encontro ele questionou ainda qual o impacto que a mídia gera ao discutir temas como a redução da maioridade penal, expondo adolescentes e juventude negra da periferia na televisão "como bandidos".
"A mídia é constituinte da luta política da sociedade que queremos construir. Então, sugiro uma reflexão: a quem interessa a criminalização da esquerda? A quem interessa a desqualificação e a criminalização dos movimentos sociais?", provocou o secretário, acrescentando que "não existem direitos humanos sem democracia".
A coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNCD), Rosane Bertotti, defendeu que a comunicação deveria ser vista "como direito humano", como um serviço público. Segundo ela, atualmente existe um fortalecimento do sistema de comunicação privado ligado aos "governos de direita".
No debate, Rosane criticou o fato de a "mídia negar o contraditório" ao mesmo tempo em que se diz contra o direito de resposta por julgar como uma afronta à liberdade de expressão. "Nenhum direito está acima do direito humano", argumentou. O fortalecimento da estrutura das rádios comunitárias e da comunicação pública foram as sugestões da coordenadora para reverter esse quadro.
A mesa contou ainda com a participação de Rita Freire, do Fórum Mundial de Mídia Livre. Para ela, hoje não há espaço para que aqueles cidadãos que organizam protestos façam uma reflexão nos veículos de comunicação tradicionais. Rita defendeu também mais investimentos na comunicação pública "para travar a luta política" com as mídias tradicionais.
O vice-presidente nacional do PCdoB, Walter Sorrentino, se manifestou sobre o poder e defendeu que o País deve passar por reformas estruturais, pois avalia que existe "um débito no Brasil" consequente dos governos progressistas que nasceram em um ambiente conservador. Sorrentino disse que, em 13 anos, o governo petista reduziu a desigualdade social e redistribuiu melhor a renda. Mas, ao mesmo tempo, não avançou nas reformas estruturais necessárias.

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