Isabel Penna de Moraes: Em desenvolvimento

Publicitária por carreira há mais de 30 anos, a profissional é uma entusiasta da vida

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Uma só palavra não consegue definir Maria Isabel Penna de Moraes Lopes, mais conhecida simplesmente por Bel. Mulher, irmã, tia, namorada, filha, dona de casa e profissional da área da Comunicação: diversas versões, porém, todas com o mesmo propósito de amar e se entregar de corpo e alma a tudo. Percebendo-se como em constante desenvolvimento e apaixonada pela vida, a gestora de contas da agência Integrada se diz pura emoção, mas é claro, sempre deixando os dois pés bem no chão. Para ela, é uma pessoa honesta, o que acha que deveria ser básico, por outro lado, o maior defeito é não tolerar mentira.

Obstinada, consegue ser plena em todas suas versões por meio de uma rotina que a acompanha diariamente. Acordar cedo e, como adora perfumes e cheiros, vai direto ao banho para lavar e secar o cabelo. Toma café da manhã em uma mesa bem posta, como enfatiza, enquanto se inteira das notícias no Twitter. Após, é a vez de deixar tudo organizado na casa, como lavar e secar as roupas, e pronto, chegou a vez de mais uma versão. Arruma-se e sai para trabalhar, quando consegue almoça por perto ou, caso contrário, leva comida pronta de casa. Ao final do expediente, vai para a casa no início da noite, come um lanche e vai para a academia - que frequenta quatro vezes por semana, intercalando entre musculação e funcional. Após regressar ao lar, toma mais um banho no dia e se prepara para o lazer: a leitura.

Bel, que adora cuidar de si, comenta que precisa ter um tempo dedicado a ela. Por isso, hábito que não pode faltar é frequentar o salão de beleza todos os sábados para fazer as unhas. Com uma vida tranquila, não é da noite e gosta de dormir cedo, bem como de ficar em casa. Isso é reforçado pela companhia do namorado, Airton César Favarim, com quem está há seis meses e conheceu por meio das redes sociais. "Parece que estamos juntos há muito mais tempo! E, apesar de falar com ele todos os dias, nos vemos uma vez no meio da semana e nos finais de semana. Então, aí sim, não temos rotina para nada e fazemos tudo o que der vontade", comenta.

Investimentos: tempo e dinheiro

Conforme Bel, viajar é o melhor investimento e, por isso, conhece muitos lugares interessantes, tanto no Brasil, quanto em outros países. Isso porque odeia rotina, embora a respeite. Ama praia, inclusive, já foi ao Caribe. "E, sempre que posso, Santa Catarina é logo ali", brinca, ao dizer que no Rio Grande do Sul temos lugares bem interessantes, que é só pegar o carro e sair, como a Serra. O que não pode faltar na vida também é a leitura, outra forma de sair de seu dia a dia, afinal, é apaixonada por biografias. Gosta de conhecer os detalhes da vida das pessoas, interesse que vem desde a infância, quando desejava saber mais sobre como eram os reinados.

Antiga noveleira, trocou as tramas que passam nos veículos nacionais por séries gravadas pelo mundo. Atualmente, está vendo 'The Crown', enquanto é apaixonada por 'Vikings'. Também adora filmes e descreve os que mais a chamam atenção como românticos e fortes. Em relação ao lado musical, ama Jazz, mas também gosta de rock, pop rock e MPB, por exemplo. Só não suporta pagode e novos gêneros, como funk e rap, por exemplo. De artistas cita B.B. King, Carlos Santana, Madonna, Adele e Dido. "Sou tão eclética que até escuto fado", diz. 

É colorada, mas aprendeu a gostar do Internacional com o antigo chefe, Roberto Franchini, a quem concede o título de seu guru na Publicidade. Na época, ele era um dos diretores do time vermelho e branco e, como ela atendia à conta do clube, acabou se apaixonando também.

Valoriza quem cozinha, mas só faz o trivial, e acha que gastronomia é uma arte. Contudo, do outro lado - o de quem come, gosta de peixes e frutos do mar, como salmão. E, dentre tantas outroas opções, é o camarão que está no topo desta lista.

Amores

Apaixonada por tudo e por todos que se entrega de corpo e alma, aborda que não teve filhos por pura convicção, pois acredita que iria fazer por eles tudo o que não teve na infância e adolescência. Por isso, optou por trabalhar e se dedicar à carreira.  Entretanto, tem sobrinhos que são como se os tivesse gerado. Um deles, Gabriel, inclusive, é seu afilhado, enquanto João Pedro mora com ela. Ainda tem Antônio Matias, Maria Fernanda e Isabela. "Faço tudo por eles", conta, bem orgulhosa. Ainda é cachorreira, mas diz que não pode ter um filho canino hoje, pois o trata como humano. Enquanto isso, mima a cadela do namorado, uma bulldog.

Filha de Maria Raquel, 81 anos, e do falecido João Matias, é a irmã mais velha de João Felipe e Fernando. Por parte de pai, ainda divide o sangue com Tamires. Nascida em Porto Alegre, o nome foi escolhido pela avó. Quando a mãe estava grávida de Bel, a matriarca tinha convicção que seria uma menina e deveria se chamar Maria Isabel - em vista das duas bisavós terem este mesmo nome. Apesar de ter acertado, infelizmente, não chegou a conhecer a neta, pois faleceu durante a gestação da mãe.

Com uma infância não tão fácil em termos econômicos, confessa que seu sonho era ter um short jeans, porém não era possível na época, já que deveria passar todas as calças dela posteriormente aos irmãos mais novos. "É por isso que hoje não posso ver um sapato que compro, na época não tinha condições", aponta. Apesar da dificuldade financeira, comenta que foi um período divertido em que brincava na rua, como pular amarelinha.

Relacionamento

Começou a trabalhar cedo, com 16 anos, pois sempre quis ser independente. Influenciada por um tio, Renato, que atuava no mercado publicitário, começou em uma agência pequena, onde ficou um ano e meio. Inclusive, os irmãos também seguiram o mesmo caminho, mas tempos depois mudaram de área. No primeiro emprego, aprendeu tudo o que precisava, como subscritar um envelope, e quando percebeu que não estava mais agregando novos conhecimentos acabou pedindo demissão.

Após, fez um estágio na Secretaria de Coordenação e Planejamento do Estado. O mesmo tio, que estava na RBS na época, soube que havia uma vaga em uma agência e a indicou para lá. Fez uma entrevista, para ser secretária de Daltro Franchini, na Símbolo. Como havia outra vaga, para assistente de Atendimento, passou para a outra opção. "O que foi minha sorte, porque tive a oportunidade de conhecer uma agência e perceber que era boa de relacionamento", recorda. Tímida, mas ao tempo obstinada e dedicada, depois assumiu como assistente de um diretor, o Roberto Franchini.

Quando este decidiu sair da Símbolo, quando ela tinha três anos de casa, disse que a levaria para onde fosse. Na época, tinha planejado sair de férias e, quando voltou de viagem, já estava empregada em outro lugar sem ter pedido demissão da agência anterior. Então, foi para a Martins + Andrade, e lá ficou por mais de 30 anos. Conta que, no início, foi bem difícil, pois teve dificuldade de adaptação, mas que depois foi um período muito bom. Atendeu a contas muito importantes e passou por diversos momentos políticos e de mercado. Aprendeu muito com o Arthur Bender, que introduziu o Planejamento de Comunicação na empresa.

Também teve uma passagem pela Ovelbra, cliente que atendeu na Martins. Foi convidada três vezes e, na última, aceitou, pois achava que estava desgastada como Atendimento, em vista de ser a responsável por muitas contas na época. Com isso, foi convidada a assumir na área de Marketing a coordenação da Publicidade. Neste momento, acabou trocando de lado e "se auto atendendo", pois acabava distribuindo as pautas na Martins. Lá, trabalhou com gente bacana, mas também com outros nem tanto. "Foi a maior escola para entender o que eu não queria para minha vida." Por ter sido um período difícil, acabou pedindo para demitirem ela após dois anos. Ainda passou por outra agência, que ficou tão pouco tempo que acaba não considerando, e retornou para a Martins.

Hoje, está na Integrada, após a união das operações com a Martins, e muito feliz nesta nova fase, pois conheceu o Fernando Silveira, diretor, ainda estagiário na Martins. No local, formaram uma parceria que os proporcionou ficarem muito amigos. Em relação a isso, acredita que são muito parecidos por serem sérios e corretos.

Profissional

Conforme Bel, o momento mais marcante da carreira aconteceu quando  Romualdo Skowronsky e os filhos saíram da sociedade da Martins para fundar a Global. Com isso, Airton Rocha ficou sozinho. Ele chamou ela, Ligia Lirio, Arthur Bender, Gerson Lattuada e Silvia Binotto pra sociedade. Na época, ainda assumiu como diretora de Atendimento.

Em relação ao mundo acadêmico, fez vestibular para Direito, pois queria ser uma grande advogada. Apesar de ter passado, não tinha condições de pagar pelo curso. Hoje, não deseja mais ingressar no mundo jurídico, pois acredita que esses profissionais são subaproveitados. Foi realizar a graduação muito tempo depois da primeira tentativa, contudo, só para ter o diploma, pois depois de anos de carreira já tinha o conhecimento.

Fez Administração, na Ulbra, pois queria ir além da área de Publicidade e Propaganda, e focar em gestão. Para ela, o diploma não é o mais importante, assim como os diversos cursos e o MBA que realizou. "O que eu considero são as relações e o que a vida conseguiu me ensinar", conta.

Ainda deseja cursar Psicologia, pois deseja ajudar outras pessoas. Sempre cuidou do corpo, mas em determinado momento passou a dar atenção à mente. Fez terapia por muito tempo, o que a ajudou a cuidar do espírito. Então, passou a se interessar pelo Espiritismo, que acredita ter muito a ver com a área.

Para Bel, as relações humanas possuem muita troca e isso nos torna melhores. Apesar de se sentir realizada, acha que tem muito ainda para fazer. E é exatamente por isso que deseja levar desta vida só recordações e momentos bons. Ela acredita que tudo que se pratica volta para si. "A vida é um boomerang: vai e volta", reflete.

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