Márcio Coelho: De repente, Propaganda

CEO da BriviaDez é apaixonado por empreendedorismo e gestão, mas não abre mão de estar presente na vida da família

Márcio Coelho, CEO da BriviaDez - Crédito: Divulgação/BriviaDez

Ele não tinha a pretensão de ser empreendedor. E ser dono de uma agência de estratégia, experiência e comunicação? Muito menos! Márcio Alexandre Souza Coelho trilhou muitos caminhos distintos até ser o CEO da BriviaDez. Contudo, a maior qualidade, a persistência - que pode ser interpretada também como teimosia -, o levou a ser hoje o responsável por tocar um negócio há mais de 12 anos, cuja disrupção e apostas são a sua alma.

Formado em técnico em Eletrônica, pela Fundação Liberato Vieira da Cunha, também cursou Engenharia Elétrica, apesar de não ter concluído a graduação, visto que não entregou o trabalho final. Conforme ele, cresceu com esta área, mas migrou para outro nicho, a Administração. Isso porque a Engenharia não entregava uma visão mais mercadológica, algo que tanto desejava. Assim sendo, regressou às salas de aula de uma instituição de ensino superior para cursar, e desta vez, formar-se na graduação. Após, também se especializou em gestão.

Então executivo de uma empresa de Tecnologia da Informação (TI), mas que decidiu descontinuar a operação no Rio Grande do Sul, viu-se obrigado a trilhar o seu próprio caminho e abrir um negócio. Foi assim que teve a ideia de fazer uma proposta para um futuro sócio com o objetivo de seguirem atendendo à Gerdau em uma nova companhia: a deles. No início, criaram um negócio com o intuito de desenvolver uma plataforma para a empresa especializada em aço.

Alguns anos mais tarde, a partir da associação de cinco empresas ligadas às áreas de Comunicação e Design surgiu a Brivia e, com isso, aconteceu uma aproximação com o mercado da Publicidade. "O aprendizado na área de marcas é muito da vivência com diversos trabalhos deste tipo", comenta.

Gestão por paixão

Como qualquer líder, que possui uma rotina repleta de diversas demandas, relata o grande gosto pelo envolvimento como um todo com a BriviaDez. A exemplo disso, estão: acompanhar de perto todos os trabalhos, encontros dois dias por semana com a equipe, agendas de novos negócios e prospecção. Além disso, também se envolver com determinadas operações e entregas, bem como a gestão em si. Assim sendo, estabelece uma agenda rígida e fixa para os compromissos, e libera o resto para aquilo que pode servir à organização e às pessoas que acabam o solicitando.

Márcio confessa que nunca tem tempo livre, pois sempre o ocupa com algo. "Preciso preenchê-lo com o que não seja só trabalho, pois se não ocupar a mente, meus pensamentos se voltam a ele", admite. Exemplo disso, são as leituras: de acordo com ele, não é um leitor ávido pelo o que diz ser "literatura tradicional". Consome muitos artigos, estuda sobre a ciência por trás da criatividade, além de acompanhar de tudo um pouco, como filosofia, citando 'O cisne negro', e biografias, como a de Bill Gates.

Diante de tanto mergulho na carreira, o momento mais marcante dela foi a saída da Brivia do GAD (consultoria de empresas e negócios por meio de marcas), pois precisaram ir a mar aberto com um universo de possibilidades e grande nível de risco. Há mais de 15 anos liderando negócios, hoje se sente realizado pelo que já fez por meio das pessoas. "Quando olho para a quantidade de gente que já viveu alegrias comigo, é que percebo o dever cumprido", conta. Márcio descobriu que tem máxima felicidade por meio dos outros, e percebeu também esta dimensão quando passou a fazer viagens internacionais com os colaboradores mais antigos.

Uma vez, realizaram uma feira na Europa e passaram por Paris. Na época, os funcionários não tinham saído do Brasil. Quando deixaram a estação de metrô, localizada praticamente ao pé do Arco do Triunfo e perto da sede da Publicis (agência de Publicidade e Relações Públicas francesa), e ele caminhou um pouco na frente, percebeu os olhos deles brilhando, cena que o fez reviver a primeira vez em que esteve em solo parisiense. "Com isso, aprendi que podemos ter o máximo de felicidade proporcionando alegria para os outros. Esse foi um dos momentos mais emocionantes da minha vida, atrás, é claro, do nascimento dos meus filhos", manifesta.

Empresário: mode off

Fora da empresa, é bastante família. Há 19 anos com Melissa, ele a esposa possuem um casal de filhos, Alice, com oito anos, e Bruno, prestes a completar quatro. Completamente apaixonado pelos herdeiros, quando está fora da BriviaDez, procura cuidar deles e se envolver com compromissos familiares, como a escola das crianças.

Também divide a rotina com os amigos, especialimente no verão. A casa da praia, em Imbé, está sempre aberta para recebê-los, principalmente, com muita comida. Márcio adora cozinhar e o prato favorito das pessoas próximas é o churrasco, pois gosta muito de inventar, como incrementá-lo com legumes e cogumelos grelhados. Nesta linha, também cita o gosto por fazer sopas e frango recheado.

Quando não está na cozinha, pode ser encontrado na oficina que possui também na casa da praia. Nela, dedica-se à marcenaria, uma vez que adora atividades manuais. Outra atividade que considerada uma paixão é o Lego. É encantado tanto pelo brinquedo em si, quanto pela marca que hoje é consolidada e diversificada, na sua opinião. Inclusive, a sala no trabalho é repleta deles, e sempre que viaja traz algum pacote. O destaque é para a linha Technic, voltada à robótica.

Ainda tem como hobby acompanhar séries, como Stranger Things, e filmes. Gosta de tudo um pouco, porém, no momento, dedica-se mais às animações, como Toy Story 4, para fazer companhia aos filhos. Em relação às predileções musicais, atualmente tem escutado muito os gêneros clássico e jazz, já que a herdeira está fazendo aulas de piano. "Quero que meus ouvidos fiquem mais acostumados a esses estilos, até para eu poder contribuir com ela", diz.

Gremista, diverte-se com futebol, apesar de não ser um fanático, pois a parte que mais gosta é da emoção e da flauta saudável. Em relação às práticas esportivas, tem predileção por tênis e padel, cuja dinâmica acredita ser muito bacana. Apesar disso, não é muito ligado em exercícios físicos, ainda que lute consigo mesmo para criar uma rotina de ações que cuidem da saúde.

Aprecia muito viajar, desde que voltou emocionado do primeiro passeio internacional. Dentre todos, um inesquecível foi o realizado com Melissa e um casal de amigos. Os quatro ficaram 30 dias conhecendo diversas cidades europeias na ocasião. "Foi um momento muito divertido", recorda, ao apontar que ir à Disney com as crianças também é sempre sensacional.

Ele por ele

O CEO da BriviaDez brinca que não é ateu porque dá muito trabalho, pois tem que contrapor os que acreditam em Deus. Por isso, no papel, é católico, mas de crença é agnóstico. Filho caçula do falecido comerciante e agricultor Valdemar e da dona de casa Maria Terezinha - que também carrega a veia empreendedora, pois sempre produziu algo para vender -, é irmão de Ademir, Odete e Dina. Somente com boas lembranças da infância, nasceu em um hospital em São Sebastião do Caí, mas se criou em um sítio em Portão. Nele, brincava muito na rua, em um local onde as casas eram distantes umas das outras. "Ir ao vizinho era uma jornada! Foi uma infância muito rica, com esta possibilidade de conexão com a natureza e amigos de longa data", rememora.

Diz que não tem lema de vida, mas, sim, valores que lhe são importantes: viver intensamente o presente, bem como ser coerente - com retidão, correção e respeito às pessoas. "Elas podem não concordar comigo, mas sabem o que esperar de mim", garante. Enquanto isso, o maior defeito para ele é não celebrar o suficiente as microvitórias, com um nível muito grande de exigência com os outros e autocobrança. Em poucas palavras, define-se como um sujeito bem-humorado, que valoriza as pessoas, a convivência e a vida, e que gosta de viver bem, ou seja, "um sujeito boa gente".

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