Renata Schenkel: Com humor e dedicação

Gerente de Mídia da DM9Sul, Renata Schenkel está em uma fase de realização e busca pelo equilíbrio

Renata Schenkel - Reprodução

Por Márcia Farias - 19/09/2013

Ela esbanja simpatia e, acima de tudo, segurança e convicção no que diz. Os conceitos, sejam profissionais ou pessoais, sempre vêm acompanhados de argumentos bem embasados. Talvez seja esta a característica que a faça ser tão apaixonada pela área em que atua. A gerente de Mídia da DM9Sul, Renata Schenkel, nem chegou a cogitar qualquer profissão que não estivesse ligada à Comunicação - a dúvida era, na verdade, se seguiria Jornalismo ou Publicidade. "Vi na Propaganda mais possibilidades de interação com as pessoas. Fui buscar dentro desse universo mais irreverente e leve alguma área em que eu me encaixasse mais, pois não me via em Criação", diz, para justificar a escolha pela Mídia. A área, aliás, foi seu objetivo desde muito cedo na faculdade. Ao contrário de alguns colegas, que queriam apenas entrar em alguma agência para depois definir onde atuar, Renata foi em busca deste setor no mercado.

Lá se vão quase 10 anos de carreira e o tempo, considerado por ela ainda pequeno, a faz gostar do que construiu até aqui. Ao completar 30 anos (exatamente no dia desta entrevista), Renata conta que fez um balanço da sua vida e concluiu que conquistou "muitas coisas boas". "Tenho motivos para comemorar. Estou em um momento bom de reconhecimento na carreira." E por falar em reconhecimento, a publicitária foi considerada Mídia do Ano, no Top of Mídia - promovido pelo Grupo de Mídia em 2010. Sobre a distinção, garante: "Foi muito marcante, mesmo que pareça algo fútil. O reconhecimento do mercado é gratificante e ouvir o nosso nome sendo chamado é muito emocionante".

As satisfações são fruto de um lema: dedicação. E não apenas no que diz respeito ao tempo, mas à entrega. "Sou muito exigente comigo e com os outros. Gosto de ser cobrada e faço o mesmo com a minha equipe. Acho que isso é sempre para o bem", reflete. Para o futuro? Apenas equilíbrio. Renata quer mesmo é poder olhar para trás e ver que construiu uma história bacana e ajudou os outros a fazerem o mesmo. Tudo isso, porém, sem abrir mão da vida pessoal. "Busco mesmo é o equilíbrio. Este é sempre o meu pedido nos meus aniversários, por exemplo."

Virou sobrenome

Formada em 2005 pela Famecos, Renata foi indicada para trabalhar na Escala, mesmo antes de se formar. Foi como estagiária que entrou na agência: "Lembro que, na entrevista, deixei claro que nunca tinha trabalhado com Mídia, mas que queria muito isso e que nada poderia ser tão difícil que eu não pudesse aprender muito rápido", conta, acrescentando em seguida que ainda passou por diversos cargos, como assistente, executiva e gestora. Na Escala foram quase nove anos e, segundo ela, estava em uma posição muito confortável, mas de acomodação, algo que a incomodava: "Foram experiências incríveis lá, mas chegou um tempo em que já havia virado meu sobrenome. Queria conhecer coisas novas e 'conhecer o mundo lá fora'".

A inquietação culminou com uma conversa com o diretor de Atendimento e Mídia da DM9Sul, Sílvio Calissi, que estava preparando uma equipe para atuar em Porto Alegre, logo que a agência se instalou na cidade. Não foi na primeira conversa, mas a segunda foi suficiente para Renata decidir deixar a Escala. "Aqui, me sinto o tempo todo provocada a crescer, o que me estimula o tempo todo. Está sendo ótimo."

Entre os grandes desafios da carreira, a publicitária recorda da temporada em que passou em São Paulo. Ainda na antiga agência, foi instruída a reestruturar o setor de mídia na operação paulista da Escala, em 2010. "Respirei fundo e tive que encarar", diz, detalhando, ainda, que não tinha data para retornar - o único prazo era para resolver e organizar o departamento. Depois disso, poderia decidir se ficaria ou voltava para Porto Alegre. Ficou lá por um ano, quando abriu uma vaga na capital gaúcha, também na área de gestão de conta, e resolveu retornar. "O começo foi difícil, mas depois dos três primeiros meses, é fácil se apaixonar por São Paulo. Hoje, é um dos lugares que mais gosto de visitar. Fiz amigos, mantive laços por lá, mas é fato que um tempo de adaptação se faz necessário", afirma.

Também foi na Escala que aprendeu a ter gosto pelo papel de líder, posição confortável para Renata, que sempre esteve envolvida com decisões, na linha de frente, desde pequena. A função foi mais estimulada ainda por uma profissional, que foi sua diretora na agência: Cláudia Paim é para ela uma inspiração e uma referência. "Tive que aprender a cobrar, mas saber estimular também. Em algumas situações, me pego pensando em como a Cláudia agiria e isso geralmente me ajuda", elogia.

As preferências

Nem só de loucura profissional vive Renata, afinal, faz questão de manter uma vida social agitada e muito próxima dos amigos e da família. Isso também vale para o horário comercial. Ela explica: "Meu dia é bastante concentrado na agência e nas atividades que exerço nela. Mesmo com tanta intensidade, tento equilibrar. Por exemplo, faço questão de sair para almoçar com a equipe. Não acho bonito ficar até mais tarde ou abrir mão desses momentos de intervalo. Precisamos respirar". Após o horário de trabalho, também mantém um ritmo intenso, mas saudável. É que a publicitária sempre tem compromissos sociais, algo que gosta de preservar e com amigos de tribos diferentes. Longe da DM9Sul, as noites são dela, como gosta de enfatizar. Dificilmente trabalha até mais tarde e, por isso, preenche o tempo livre com programas com os amigos, depois de passar na academia, claro.

Se tem algo que pode ser denominado como "o que ela mais gosta de fazer na vida", esse algo é viajar. Inclusive, costuma dizer que trabalha para pagar as viagens, a que passou e a que está por vir. O próximo destino deverá ser Barcelona, mas o local está sendo protelado há algum tempo, confessa. Entre as preferências, Nova Iorque foi um dos locais mais especiais que conheceu. Poucos são os lugares que não voltaria; Montevidéu e Bélgica não considera tão encantadores, o que não significa que não tenha gostado deles. "Já coloquei muito o pé no mundo, mas quero começar a olhar mais para dentro do Brasil, conhecer mais o meu próprio País", revela. Pensando assim, seu roteiro de viagens promete ser eterno. "Olha o tamanho desse mundo. Meus roteiros nunca vão terminar", afirma, entre risadas.

Carnívora assumida, mesmo sabendo que o alimento não é o mais saudável, Renata diz que foi criada assim, e então gosta muito mesmo. Também adora cozinhar e, entre as especialidades, está talharim de massa de panqueca, servido com dois molhos e, claro, uma carne para acompanhar. Batizada na igreja Luterana, não se diz praticante, pois está em fase de buscar o equilíbrio. Nisso, encontrou no Espiritismo mais respostas para suas dúvidas. "Faço uma mistura de tudo", confessa.

A relação com a música também é de muita tranquilidade, pois não há nada que faça mal aos ouvidos - mas, quando é Renata quem escolhe, a preferência, é pelo samba e daquele de raiz, o que inclui Beth Carvalho, Arlindo Cruz, Noel Rosa, João Nogueira, entre outros. Para ler, após algum tempo focada nas obras técnicas, prefere as crônicas, pois como a leitura é geralmente feita à noite, não corre o risco de perder o fio da meada. O título de cabeceira do momento é 'A história suja de Havana', de Pedro Juan Gutiérrez.

Espelho, espelho meu

Filha mais nova do engenheiro Luiz Schenkel e da professora de História Maria da Graça Schenkel, ambos aposentados, Renata tem uma família pequena. Bem pequena, na verdade, pois os pais são filhos únicos. Então, além deles e dos avós, completa a família a irmã mais velha, a arquiteta Juliana. "A minha relação familiar é maravilhosa. Se realmente escolhemos família que teremos, acertei em cheio. Tenho uma família muito sólida, talvez por ser bem pequena. Sou muito bem resolvida nesse aspecto", garante. A publicitária considera a generosidade e a retidão suas maiores heranças, pois, para ela, é impressionante o quanto os pais são corretos em todas as decisões que tomam.

Falar de Renata significa falar de diversão, já que, entre suas manias, está a de fazer piada de tudo, mesmo nos climas mais sérios ou tensos: "Sigo aquela premissa: 'perco o amigo, mas não a piada'. Isso é o que muitos amigos me dizem". Além disso, otimismo está entre suas buscas constantes, mas não foi sempre assim. A publicitária avalia que o pensamento positivo veio com a maturidade. Por outro lado, como defeito, cita a ansiedade como algo que a faz sofrer, mas garante estar trabalhando com isso. Gremista por herança dos pais e avós, Renata acompanha o time e vai à Arena assistir aos jogos, e sofre com eles. "Esse também é um lado que estou tentando equilibrar, ainda mais depois que andei pesquisando os salários dos jogadores", brinca, para completar que já foi mais fanática, mas hoje só sofre com jogos mais importantes.

Mesmo morando sozinha, e tendo momentos de necessária solidão, Renata não se sente só, longe disso, precisa dos amigos, da família e desse envolvimento com pessoas. Para falar dela mesma? Só podia ter algo a ver com o bom humor: "A Renata é uma pessoa divertida e dedicada. Isso me resume. Gosto de ver as pessoas bem, me preocupo muito com elas. Quero que estejam bem aqui na agência e lá fora".

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