Silvio Barbizan: Dedicação e motivação

Curioso, Silvio Barbizan experimentou o rádio e o jornal, antes de se encantar pelo universo da televisão

Silvio Barbizan
Bom humor, curiosidade e inquietude são características que o jornalista Silvio Barbizan carrega consigo em uma trajetória profissional que já dura 24 anos. À frente da área de entretenimento e projetos especiais da RBS TV e com toda carreira vivida em veículos do Grupo RBS, tem no aprendizado um de seus maiores prazeres. Foi justamente a vontade de absorver conhecimento que o ajudou a migrar do rádio ao jornal até chegar à TV.
Antes de descobrir na Comunicação sua verdadeira vocação, Silvio chegou a estudar Biologia por três semestres, na Unisinos. A convivência com os primos - dois cursavam Jornalismo e uma, Sociologia - influenciou o gosto pela área e o ajudou a optar pela mudança. Logo, decidiu que experimentaria os diferentes meios de comunicação, a fim de definir aquele que mais o atraía. "TV é o mais difícil de fazer. No entanto, foi o que mais gostei. Acabei ficando."
No mesmo ano em que se formou, 1990, viveu a primeira experiência como profissional, exercendo a função de redator na Rádio Atlântida. Em seguida, passou a trabalhar como correspondente de Zero Hora em Santa Cruz do Sul. Entrou na RBS TV local em 1995, como coordenador de Jornalismo, e chegou à Capital um ano depois, para assumir o posto de editor-chefe do telejornal Bom Dia Rio Grande.
Ainda passou por programas como Campo&Lavoura, RBS Notícias, Jornal do Almoço, Teledomingo, antes de passar, no último ano, à coordenação da área de entretenimento, que inclui programas como Anonymus Gourmet, Galpão Crioulo e Patrola, e projetos especiais.
Tudo desafia
Dentre os trabalhos desenvolvidos de que fala com carinho está ?Diário de um bebê?, série que registrou o primeiro ano de um bebê desde o dia de nascimento, na virada do século. Silvio lembra que o formato reality show como se tem hoje ainda era pouco conhecido no País e um projeto nesses moldes nunca havia sido realizado. Para localizar o pequeno protagonista, o jornalista visitou diversas maternidades de Porto Alegre na noite de Ano Novo. Entre as famílias que concordaram em participar da série, foi escolhido o bebê Bruno. A série acompanhou em um ano cada evolução no crescimento da criança. "Até virei padrinho", conta, aos risos.
Outro projeto citado por ele é o ?Fala Rio Grande?, que, em um período pré-eleitoral, percorreu o Estado por 30 dias, ouvindo cerca de 500 pessoas, em pequenos municípios. "O ?Fala Rio Grande? fez um levantamento de todas as áreas do Estado", lembra. Mais recentemente, uma produção de destaque durante a programação da emissora foi ?Nossa terra?, que buscava mostrar as belezas e curiosidades da flora e da fauna das diversas regiões do Rio Grande do Sul.
A equipe ouviu pesquisadores em busca de lugares pouco explorados e o material produzido foi inserido em drops na programação. "Contar a história de mil anos de uma lagoa em 45 segundos. Como se faz?  Será que a gente fica aqui esperando um lobo no meio do mato três dias mesmo?", questiona, ao ressaltar que, por mais que se esteja familiarizado com linguagem para TV, todo trabalho tem seus desafios.
Assim foi ao conduzir a direção de projetos como os documentários para TV sobre Erico Verissimo, na série ?20 gaúchos que marcaram o Século 20?; ?Josué Guimarães, muitas histórias?; o primeiro Globo Repórter totalmente produzido pela RBS TV e a coordenação da edição mais recente do projeto Caras Novas.
Infância de tranquilidade
Natural do município de Arvorezinha, localizado na região do Vale do Taquari, Silvio é filho da professora aposentada Adriana e do funcionário público Claudino (falecido). Da infância vivida ao lado dos irmãos Cláudio, João Luís e Jairo, guarda recordações do dia a dia tranquilo de cidade pequena, como a convivência com os colegas de escola, os passeios de bicicleta e os domingos na casa da avó. "Arvorezinha é uma cidade bonita, de bastante tranquilidade. Às vezes, parece que o sol era outro de tarde", lembra.
Hoje com a família morando em Soledade, as viagens à cidade são constantes, ocorrem quase todos os finais de semana. O cotidiano é dividido entre o trabalho na TV e na universidade. Mestre em Comunicação pela PUC, ele ministra duas disciplinas de Telejornalismo na Famecos. A rotina é intensa, mas não é motivo de queixas, uma vez que combina com a personalidade inquieta. "Não consigo ficar muito tempo parado", admite.
Já nos momentos de lazer,  assistir televisão, cozinhar ou mesmo "fazer nada" são coisas que lhe agradam. "Gosto de dormir, de papear, de viajar", conta. Cinema, para Silvio, não é apenas para assistir, mas também para ler, já que gosta de acompanhar o que está acontecendo no setor. Quanto aos gêneros, não faz muitas restrições. "Filme comercial, americano, de aventura? gosto. Filme cabeção, iraniano? gosto. O filme sendo bom, me surpreendendo, gosto de quase tudo. Não tenho preconceitos", diz, ressaltando que não frequenta tanto o cinema quanto lê e fala sobre o assunto.
Ouvir, comer, aprender
Para ouvir, vale a mesma regra: sem distinções. Relata que, após furtos e arrombamentos no carro, desistiu de renovar os CDs que carregava consigo no automóvel e se acostumou a ouvir o que estiver tocando no rádio. "Programei as minhas rádios preferidas no carro e é ali que escuto música, mas quando posso escolher ou vou a show, gosto muito de soul e black music", afirma, citando músicos como Tim Maia e Lenny Kravitz.
Na cozinha, se aventura a preparar alguns pratos, nada muito sofisticado, garante. Aprecia mesmo é culinária simples como comida caseira. "Invento, ligo para a minha mãe e pergunto como se faz. É cozinha intuitiva e afetiva. Coisas que a gente tem vontade, lembra e tenta fazer. Às vezes, dá certo, às vezes, dá errado", diz, mostrando o resultado de uma tentativa falha, uma queimadura na mão.
Apesar de colorado como toda a família, segundo frisa, Silvio não é um adepto dos esportes. Brinca dizendo que, uma vez por ano, tem vontade de praticar alguma atividade física. Já tentou natação, pilates, vôlei, academia? "Pago três meses como todo mundo, para ganhar um desconto, e duas semanas depois já começo a achar desculpas", confessa. Um esporte que ainda não se arriscou, mas que adoraria praticar é o surfe. "Gosto muito da ideia, me parece libertador e o contato com a natureza, acho muito legal", explica.
Sem fazer planos de longo prazo, aprender a surfar, fazer doutorado em Antropologia e conhecer lugares pelo mundo são alguns projetos que ainda pretende concretizar, além de pôr em prática muitas ideias para programas especiais. Silvio acredita que é alguém desconfiado, mas que traz como qualidade o perfil conciliador. "Não sou alguém de atritos", diz. O gosto por conhecimento também faz parte de sua personalidade. "Gosto de aprender e acho que a melhor forma de estudar é não ver como um sacrifício. Para mim, é prazer", esclarece.

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