Cenp visita Porto Alegre e tira dúvidas do mercado publicitário

Empresários e representantes de agências têm encontro esclarecedor sobre nova resolução do conselho

Evento reúne agências gaúchas e presidente do Cenp - Divulgação

Há cerca de um mês, o mercado publicitário ficou movimentado com a divulgação da nova resolução do Conselho Executivo de Normas-Padrão (Cenp). Com o objetivo de esclarecer pontos relevantes do documento, o presidente Caio Barsotti desembarcou em Porto Alegre para conversar com representantes das agências gaúchas. Promovido pelo Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS), o encontro aconteceu nesta terça-feira, 27, no estúdio de TV da ESPM-Sul. Com mais de 20 pessoas, estavam presentes Centro, Competence, Conjunto, Engenho, Integrada, Global, Moove, Morya, Órbita, SPR, entre outras.

Um dos pontos que, na época da divulgação, mais movimentou o mercado foi o reconhecimento por parte do Cenp de plataformas como Google, Facebook e Youtube como veículos de divulgação - e, por conta disso, a orientação de que as agências poderiam passar a pleitear seus descontos-padrão. Caio não deixou este ponto passar em branco, inclusive começando por ele. "Conversei pessoalmente com cada uma dessas empresas, inclusive alertando que, se aderissem à autorregulação, teriam todas as agências ao seu lado, mas nunca fomos procurados e nem acredito que terá algum movimento nesse sentido", comentou.

Um dos pontos considerados relevantes por Caio é a recomendação de melhores práticas para concorrências privadas. Sobre isso, descreveu uma série de casos negativos, ainda que ressaltando não estar fazendo uma crítica, mas relatando os mais comuns. "A gente sugere, por exemplo, que, ao chamar para uma concorrência, que se limite a participação de cinco agências", citou, garantindo que sabe que poucos seguem essa orientação. Também foi ressaltado pelo presidente que alguns aspectos, agora, estão escritos e registrados, como é o caso do conceito de 'conta de publicidade', bem como 'criação publicitária'. "Não é nada que não saibamos, mas estar documentado faz toda diferença", salientou.

A nova resolução, de acordo com o executivo, passará a valer a partir de janeiro de 2020, de modo que o mercado possa ter tempo de estudar o documento e se adaptar. "Nem tudo é favorável às agências, algumas privilegiam o anunciante. Mas é importante que se diga que é tudo em favor do negócio", garantiu. Caio finalizou sua explanação apresentando uma lista de 11 documentos disponibilizados pelo Cenp, os quais deveriam ser de total domínio das agências. E foi enfático: "O que aconteceu com essa resolução foi nada mais do que a reafirmação do modelo de negócio, que tem a agência full no centro".

De forma muito descontraída e à vontade, o presidente abriu espaço para perguntas, momento este que foi bastante explorado pelos presentes. O grupo questionou sobre diversos pontos e surgiram interrogações como "O que acontece se essas plataformas cruzarem os braços?", "Em relação às diligências, por que o Cenp é tão rígido em alguns casos, mas tão brando em outros?", "O que falta para que o conselho seja mais firme com os veículos?", "O Cenp viria ao Rio Grande do Sul para tentar educar também os veículos?".

Sem fugir a nenhuma pergunta, além de respondê-las pontualmente, Caio disse: "Ainda é cedo para afirmações. Não acredito que nada acontecerá daqui para frente, pois este documento é um balizador importantíssimo. O modelo de atuação do Cenp é virtuoso, mas não perfeito. Não foi à toa que colocou a Propaganda no patamar que está hoje, mas certamente que há falhas", admitiu, colocando-se à disposição para qualquer tipo de conversa ou troca de ideias posteriores.

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