Jornalista Daniela Sallet lança documentário 'Hermenegildo'

Filme resgata um dos primeiros acidentes ambientais do Brasil

Obra terá seu pré-lançamento na próxima terça-feira, 18 - Divulgação

Daniela Sallet, profissional que atuou por 24 anos com telejornalismo, realizou o seu segundo filme documental: 'Hermenegildo', do qual é responsável pela direção. O pré-lançamento da obra acontecerá na próxima terça-feira, 18, a partir das 19h30, na Sala Paulo Amorim, da Casa de Cultura Mario Quintana (Rua dos Andradas, 736 - Centro Histórico), em Porto Alegre.

'Hermenegildo' acompanha Marco Antônio Villalobos, em 1978, quando começava sua trajetória como repórter da então TV Gaúcha de Porto Alegre -hoje, RBS TV. O jornalista é o fio condutor do documentário, que faz uma imersão pelo desastre ambiental ocorrido na Praia do Hermenegildo, em Santa Vitória do Palmar, distante mais de 500 quilômetros da capital gaúcha. Na época, a mortandade de milhares de mariscos e animais terrestres assustou a pequena comunidade.

Além disso, a produção mostrará que a causa do episódio provocou uma guerra de versões: a oficial, de um fenômeno natural chamado maré vermelha; e a paralela, assinada por técnicos gaúchos e ignorada pelo governo, de uma contaminação química. Na época, a cidade foi invadida por pessoas de todo o País e jornalistas nacionais e internacionais. Villalobos foi o primeiro profissional de imprensa a ver de perto a tragédia ambiental. "Era um cheiro como amoníaco, ardia os olhos e o nariz e a praia era um tapete de mariscos", relembra ele.

Percorrendo o litoral no extremo sul do Brasil, a produção chega, também, ao Uruguai. A obra mostra documentos como o manifesto de carga do navio Taquari, naufragado sete anos antes na praia uruguaia de Cabo Polônio e onde poderiam estar os produtos causadores da contaminação química. O documentário revela, ainda, que amostras desapareceram, impedindo as análises e busca saber o motivo da contaminação química, identificada por técnicos do Centro de Estudos de Toxicologia, a qual não foi considerada pelo governo. "Fomos atrás de respostas para algo que inquieta, mesmo 40 anos depois. O espectador terá muitos subsídios para tirar suas conclusões", diz Daniela.

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