Observações sobre uma tragédia

Por Flávio Dutra

- Quando socorrer era preciso, os raivosos de sempre ideologizaram a tragédia.

- Teve influencer que só faltou torcer pelo quanto pior, melhor.

- No mesmo nível estão os que espalham notícias falsas e semeiam o pânico.

- E os canalhas que aplicam golpes cobrando para fazer resgates que não ocorrem.

- É nessa hora que aparece o melhor e o pior do gênero humano.

- Bons exemplos: os governos de outros estados, independente de partidos, ofereceram ajuda com pessoal especializado e equipamentos.

- Foi uma corrente de solidariedade no país.

- As prefeituras também se ajudaram, especialmente para as vizinhas mais atingidas. As tragédias não delimitam fronteiras.

- A segunda visita do Lula ao RS, com uma caravana turbinada por vários ministros, presidentes do legislativo, do TCE e representantes do Judiciário, dá uma ideia da dimensão de como a tragédia está sendo encarada em Brasília.

- Mas precisava de toda aquela discurseira ontem?!

- Verdade se diga, os gaúchos estão dando uma bela demonstração de solidariedade.

- Elogiáveis exemplos de alguns dos principais ídolos da dupla Grenal. 

- Mas o voluntarismo, sem coordenação, mais atrapalha do que ajuda.

- Colete da Defesa Civil, novo modelito dos governantes,

- O que surgiu de especialista em Hidrologia!

- Hora de questionar: sem o muro da Mauá, seria muito pior o alagamento? 

- A cobertura da mídia foi excepcional. Jornalismo na veia.

- O rádio, especialmente, foi imbatível, mas os canais de TVs conseguiram os melhores espaços se sobrepondo às suas redes.

- Os repórteres deram uma ótima resposta, só com  pequenos deslizes no improviso, resultado do trabalho sob tensão e em condições precárias muitas vezes.

- A RBS, pela estrutura e capilaridade, leva vantagem, oferecendo uma cobertura mais ampla. 

- A empresa até suspendeu a programação festiva pelo aniversário e lançamento da nova Zero Hora, agora com o título por extenso.

- Suspendeu também a edição desta segunda-feira devido ao alagamento do parque gráfico,

- A grande questão agora é: quanto tempo e recursos serão necessários para reconstruir o que as águas levaram?

- A malha rodoviária vai precisar de intervenções imediatas, não interessa se é  federal, estadual, ou local. 

- Previsão: tão cedo não teremos futebol nos estádios gaúchos.

- E já começou o debate sobre os responsáveis pelas frequentes tragédias climáticas que têm flagelado o Brasil e particularmente o RS.

- Vem muito "achismo"  por aí.

- Só não dá pra transformar 2024 num ano perdido.

Autor
Flávio Dutra, porto-alegrense desde 1950, é formado em Comunicação Social pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), com especialização em Jornalismo Empresarial e Comunicação Digital. Em mais de 40 anos de carreira, atuou nos principais jornais e veículos eletrônicos do Rio Grande do Sul e em campanhas políticas. Coordenou coberturas jornalísticas nacionais e internacionais, especialmente na área esportiva, da qual participou por mais de 25 anos. Presidiu a Fundação Cultural Piratini (TVE e FM Cultura), foi secretário de Comunicação do Governo do Estado e da Prefeitura de Porto Alegre, superintendente de Comunicação e Cultura da Assembleia Legislativa do RS e assessor no Senado. Autor dos livros 'Crônicas da Mesa ao Lado', 'A Maldição de Eros e outras histórias', 'Quando eu Fiz 69' e 'Agora Já Posso Revelar', integrou a coletânea 'DezMiolados' e 'Todos Por Um' e foi coautor com Indaiá Dillenburg de 'Dueto - a dois é sempre melhor', de 'Confraria 1523 - uma história de parceria e bom humor' e de 'G.E.Tupi - sonhos de guri e outras histórias de Petrópolis'. E-mail para contato: [email protected]

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