Estudo sobre ataques de gênero a jornalistas é lançado em encontro do G20

Material é organizado pela #ShePersited em parceria com empresa de vencedora do prêmio Nobel da Paz

Trabalho analisou mais de 1,15 milhão de publicações e comentários ofensivos contra jornalistas mulheres e políticas brasileiras - Crédito: Banco de Imagens/Canva

Nesta quarta-feira, 1º, foi lançado o estudo 'Ataques relacionados a gênero e desinformação', durante uma reunião paralela ao encontro do G20 sobre integridade da informação. O material foi organizado pela #ShePersisted, uma iniciativa global que combate a desinformação de gênero e os ataques on-line contra as mulheres na política, em parceria com a The Nerve, empresa de análise de dados fundada pela jornalista e vencedora do prêmio Nobel da Paz, Maria Ressa.

O trabalho analisou mais de 1,15 milhão de publicações e comentários ofensivos contra jornalistas mulheres e políticas brasileiras veiculados entre 2019 e 2024, no Facebook, X e Youtube. Além de demonstrar que os ataques on-line frequentemente miram a credibilidade, inteligência e reputação das vítimas, o estudo indica que tais publicações muitas vezes são compartilhadas em páginas da extrema direita nacional.

Conforme o estudo, esse tipo de ataque corresponde a 75% dos conteúdos ofensivos ligados a gênero no YouTube, 41% no X e 24% no Facebook. Outro tipo de ataque detectado tentava diminuir a confiança pública nas mulheres, com comentários as chamando de "antipatrióticas", "comunistas", "bandidas" ou "traidoras". Esse tipo de postagem correspondeu a 60% dos ataques de gênero no Facebook, 31% no X, E 15% nos comentários no YouTube.

As publicações foram classificadas conforme o grau de agressividade, além de níveis de ofensa e falsidade. O levantamento indicou que as postagens com conteúdos considerados mais tóxicos eram respostas a críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), seus filhos e aliados.

Entre as profissionais da imprensa mulheres mencionadas nas publicações estão as jornalistas Amanda Klein, da Rede TV e Jovem Pan, Daniela Lima e Mirian Leitão, da GloboNews, Mônica Bergamo, da Folha de São Paulo, e Vera Magalhães, da TV Cultura e O Globo. Também foram avaliadas agressões às deputadas federais Carla Zambelli (PL-SP), Duda Salabert (PDT-MG), Erika Hilton (PSOL-SP), Erika Kokay (PT-DF), Maria do Rosário (PT-RS), Tábata Amaral (PSB-SP), a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a ministra do Planejamento, Simone Tebet, e as ex-deputadas federais Manuela D'Ávila e Joice Hasselmann.

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