Cinco perguntas para Cristiane Lindemann

Professora da Unisc, de Santa Cruz do Sul, foi a única brasileira a conquistar vaga em bolsa de estudos nos Estados Unidos

Cristiane Lindemann - Divulgação

1 - Quem é você, de onde vem e o que faz?

Jornalista por formação, professora por paixão. Nasci em Candelária, na região central do Rio Grande do Sul, e cursei a graduação na Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc), onde atuo como docente desde 2013. Fiz mestrado e doutorado no Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Informação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (PPGCom/Ufrgs), cursando doutorado sanduíche na Universidade Fernando Pessoa, em Portugal. Neste ano, voltei à posição de aluna (que gosto muito), na Especialização em Docência Universitária na Contemporaneidade, realizada pelo Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung). Desde 2015, me aventuro como empreendedora, com a Raiz Biografias, juntamente com meu marido e sócio, também jornalista, Cleber Bertoncello.

2 - Como e por que escolheu atuar na Comunicação?

Confesso que fiquei muito em cima do muro ao escolher a profissão que iria seguir. Minha inclinação para a docência sempre foi forte. Não à toa, pois minha mãe era professora e eu era quase uma estagiária dela (risos). A afinidade com a escrita e a vontade de contar histórias me levaram ao Jornalismo, mas, desde o início da graduação, eu já tinha em mente seguir a trajetória acadêmica para, um dia, chegar à sala de aula. O que me encanta, tanto no Jornalismo quanto na docência, é a possibilidade de transformar, de aprender algo novo todos os dias, de produzir conhecimento, de estar em constante troca com as pessoas.

3 - O que a oportunidade no Institute on Journalism and Media representa na sua carreira?

A experiência em outro país é sempre transformadora. Será brilhante poder beber em outras fontes, verificar in loco uma realidade distinta da nossa, trocar ideias com profissionais do mundo todo (o grupo é de 18 pessoas, todas de países diferentes). Vivemos um momento de muita fluidez, de muita mudança. Isso vale para várias áreas, incluindo a Educação e o Jornalismo, e impacta a vida de todos. A minha participação no Study of the U.S. Institutes (SUSIs) for Scholars permitirá aprender mais sobre literacia midiática, desinformação, verificação e checagem de dados, realidade aumentada, ética e metodologias de ensino - todos temas contemporâneos, que merecem reflexão e amadurecimento. Sou a única brasileira no programa neste ano e isso também é bastante representativo, ainda mais se considerarmos o momento tão frágil pelo qual a educação no Brasil está passando.

4 - Como pretende aproveitar esta oportunidade nos Estados Unidos?

O SUSIs é bastante rigoroso, com uma agenda bem organizada e intensa. Encaro estas seis semanas como uma oportunidade para ampliar o repertório e a rede profissional, amadurecer a pesquisa acadêmica (atualmente, trabalho com literacia midiática) e também conhecer mais da cultura norte-americana no sentido amplo da palavra. Acredito que o "estar fora" nos permite, posteriormente, o exercício importante de "olhar para dentro" e ressignificar nossas ações, nossa realidade. Pretendo, de alguma forma, multiplicar o conhecimento adquirido com colegas e alunos.

5 - Quais são os seus planos para daqui a cinco anos?

Me inquieta pensar a respeito. Não tenho planos pontuais, mas espero ver a universidade e o jornalismo mais fortes. Até lá, sigo tentando fazer a diferença nos papéis que assumo como professora, aluna (é necessário seguir aprendendo sempre) e jornalista.

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