A fotografia se tornou um importante marco na história da humanidade. O feito de registrar momentos pela eternidade se tornou algo recorrente no dia a dia da nossa sociedade. A evolução rápida da máquina fotográfica com o passar das décadas acabou contribuindo para que no último dia 19 de agosto, ela completasse 180 anos, mais contemporânea do que nunca. E claro, o Multiverso não poderia passar por este dia sem fazer uma homenagem a todos que fazem da fotografia uma arte.

Tudo começou em 19 de agosto de 1839, com a invenção do daguerreótipo, precursor da máquina fotográfica. Neste mesmo dia, foi anunciada a invenção da fotografia pela Academia de Ciências e Artes da França. O fotógrafo e professor Alex Ramirez revela que a fotografia o inspira desde a infância. "Sempre curti fotos, revistas, histórias em quadrinhos, artes visuais, cinema, TV, moda, música, publicidade e jornalismo. Curtia tudo isso em um mundo desconectado e onde havia muitas fronteiras entre as linguagens. Comecei desenhando e pintando até migrar para a fotografia na adolescência. Já sabia que seria fotógrafo desde então e que iria ser professor um dia. Sempre foi a minha forma de ver e me expressar e estabelecer as relações e reflexões para compreender o mundo em que vivemos", conta.

O ato de tirar fotos revolucionou diversas áreas, entre elas, a comunicação. As imagens tornaram o Jornalismo cada vez mais real e atento às mudanças da sociedade. Para Ramirez, a fotografia digital e pelo celular facilitou a comunicação na sociedade contemporânea. "A fotografia se tornou uma ferramenta inspiracional e de expressão das pessoas. Entretanto, vivemos em um mundo raso e superficial, com bilhões de imagens ao mesmo tempo, que na maioria não apresenta e nem contribui para uma revolução estética no mundo hipermoderno", salienta.

Hoje em dia, em uma época onde as fake news circulam pelas redes, as imagens podem comprovar se uma notícia viralizada é 'fato ou fake'. Para Emmanuel Denauí, fotógrafo e egresso do curso de Jornalismo do IPA, a imagem vale mais do que mil palavras. "Ela não precisa de legenda, ela simplesmente carimba o que é necessário ser informado." Para ele, a imagem por si só é importante no Jornalismo não só pelo que se vê, mas pelo que é contado e por quem conta. "Toda foto traz uma verdade, dependendo da maneira como ela é tirada e do contexto que se encontra", pondera.

Outro egresso do curso de Jornalismo, o fotógrafo Anselmo Cunha salienta que gosta de observar tudo ao seu redor. "Uso o celular para registrar um que outro momento. Na maior parte do tempo, prefiro usar o conhecimento para curtir a experiência visual que treinar o olhar nos proporciona", explica. Ele entende que a fotografia nem sempre serve como antagonista das notícias falsas, pois algumas vezes, de alguma forma, ajuda a propagá-las. "Imagens deslocadas de seu contexto ou alteradas de forma maliciosa em programas de edição, ajudam a propagar fake news. Há muitas discussões entre teóricos da fotografia sobre as problemáticas geradas em função dessa crença de que as fotos são sempre representações verídicas da realidade", complementa.

O publicitário e professor Marcelo Côrrea explica que, na Publicidade, a imagem tem o propósito de ser o espelho da realidade. "Logo, mesmo que o cliente não toque no produto, ele pode ter a sensação de tocá-lo apenas através da visualização do símbolo. A fotografia impulsiona a venda, sendo fundamental para a publicidade e o marketing em geral", destaca.

Sobre o futuro da fotografia, Alex Ramírez considera difícil prever. "Talvez o futuro da imagem seja mais fácil, pois é uma fusão e lida com todas linguagens e possibilidades", analisa. Para o professor, o modo digital veio para ficar. "Há uma corrente forte do analógico, do filme, película, da impressão em papel, da volta da foto em estilo artesanal e conceitual e menos binária, numérica. Mas tenho a impressão de que não há mais volta e que o meio digital e tudo que se pode fazer na pós-produção será amplificado em novos suportes tecnológicos", ressalta, ao assegurar que a fotografia "não será apenas mais uma ferramenta e, sim, uma expressão estética individual".

Esta matéria foi produzida pelo aluno Marco Antônio Moreira, do Multiverso do IPA.