Mente coletiva criativa

Por Max Rathke, para Coletiva.net

Sempre que ouvia falar que o modelo de agência iria acabar, não entendia muito bem.

Na verdade, nunca soube ao certo como as agências conseguiam manter sua estrutura em um formato de gestão sem amarras e não tão organizado.

Desde cedo, quando me inseri nesse mundo, era dito que publicitário em agência não podia ser comparado com outras empresas.

Muitas expressões confirmavam que "tem que deixar solto", ou ainda "a forma de administrar precisa ser sem frescura". Frases essas que eram justificadas pelo bem da criatividade.

Vi muita agência sem uma gestão mais profunda, sem uma organização nos padrões empresariais básicos. Mesmo quando empreendi, acreditava que a agência deveria não ser tão "quadrada" para não tolher as ideias.

Bom, a questão nunca foi essa.

Não era por ser organizado, por ter gestão, por dar limites que a agência era mais ou menos criativa. Mas, não tendo os princípios de administração, corriam - e correm - maior risco de não ir longe.

Por outro lado, o título que apliquei a esse texto sempre foi o verdadeiro diferencial das agências. A MENTE COLETIVA que nos fez muito mais criativos.

Ou tu achas que fazer tudo sozinho te faz melhor?

O ambiente voltado ao novo e preparado para receber ideias sem restrições é que nos fez ser diferentes e fazer a diferença.

Foi a junção de talentos que transformou o mundo, as marcas e a vida de muita gente através das AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE.

É na força da MENTE COLETIVA que o nosso negócio se desenvolveu e é nessa mesma força que precisamos repensar esse mesmo negócio.

O princípio da GESTALT que faz parte da teoria da comunicação, que diz que a soma das partes é maior que elas isoladas, vale para esse novo momento também.

É preservando esta essência que poderemos olhar para um futuro com inúmeras possibilidades.

É necessário reorganizar essa MENTE COLETIVA com outra formatação e dar nova vida à AGÊNCIA, não sendo mais apenas de publicidade, mas abraçando o NEGÓCIO de nossos clientes.

Somente reorganizando esse coletivo com novas disciplinas, novos integrantes de outras expertises é que poderemos voltar a fazer a diferença.

Mente Coletiva Criativa requer novas ideias, novas estruturas e novos questionamentos para falar com um mundo em evolução e em ebulição.

Acredito que mexer nessa forma de pensar e agir pode nos motivar a ver um novo horizonte.

Max Alexandre Rathke é publicitário e supervisor-executivo do Sindicato das Agências de Propaganda do Rio Grande do Sul (Sinapro-RS).

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