Quatro anos não são quatro meses

Por Tiago Dimer, para Coletiva.net

Mais de 1400 dias sobre as costas. Coluna ereta. Com dores no corpo e algumas vezes na alma por frustrações que só quem já esteve lá, no setor público, sabe. Foram quatro anos, não quatro meses. Intensos no calor da relação humana, na responsabilidade pelas pessoas, por parte de um mercado ávido por conquistas e resultados e por uma população carente por soluções e verdade. E o dono do titulo, parafraseado, saberá disso a partir de janeiro, muito mais do que acha que sabe. Porque o desafio continua insólito.

Tenho orgulho hoje por tudo. Refletir é uma qualidade que só quem já passou por dificuldades sabe o quanto é importante. Sonhar com a continuidade do trabalho no Estado não é mais dormir. É acordar para um novo mundo de aprendizados. Nessas palavras desconexas, mas claras para quem conviveu conosco, também tem desabafo. Porque reconhecer as fraquezas é valorizar os feitos. Não fizemos tudo, mas fizemos o que tinha que ser feito. O Governo e sua comunicação não estão mais à parte, encastelados atrás das famosas solicitações de Autorização de Ação de Comunicação. Podemos dizer que o mais interessante para muitos, para nós foi simples. Ser simples, ser verdadeiro, franco e tentar ser justo. Nem os justos sempre são. E, nesse senso de trabalho, foram muitas as conquistas: seminários; democratização da distribuição das verbas para os veículos; respostas prontas; o maior concurso interativo da história da comunicação pública no Estado; dois eventos realizados através de voluntariado com muita solidariedade, cultura e diversão; manuais acadêmicos para evoluir; uma simples - mas nunca feita - campanha integrada com os órgãos de trânsito; dados que ficam para um histórico republicano; aplicativos disso e daquilo; bla bla bla.

Nossa área é perene, efêmera. Assim como os políticos e seus erros, esquecemos fácil das boas ações. Aqui, fica o registro, a lembrança nas redes. Numa noite de dezembro em que tudo que passou ficou. Será? Mas no coração de quem fez, quem se dedicou, quem se sustentou do tributo de todos e também procurou trabalhar para todos: aí, não tenho dúvidas.

Do chefe maior ao médio, ou menor, esse foi o objetivo, exposto como mantra. Não mudar e falar a verdade. Porque estar é bem diferente de ser. E ser é eterno, mais que mutável. Estar é condição. E ser é absorver e aprender com todos.

Quem sou eu para dizer o que cada um deve fazer através de palavras? Mas minha reflexão também é nossa. No dia a dia desse mundão que dá voltas e não volta. Esse é apenas o fim do recomeço. Enfrente o em frente único de cada dia, cada sol, cada novo saber.

Obrigado por não serem quatro meses, nem quatro anos, nem quatro amigos. Esses são eternos.

Tiago Dimer é diretor de Publicidade e Marketing e Secretário Adjunto de Comunicação do Estado.

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