A idade dos porquês

Por Max Rathke, para Coletiva.net

Tem uma fase da vida das crianças na qual a curiosidade e a busca por entender melhor o mundo faz com que a palavra mais usada seja o "POR QUÊ". Pais se espantam com o nível de questionamento sobre tudo o que as crianças têm contato. Algumas perguntas até constrangem por não ter uma explicação muito simples.

Mas, o que mais impressiona é que a simplicidade e a pureza delas levam ao questionamento que mais importa: "o POR QUÊ?". Dificilmente elas irão questionar O QUE? ou COMO?. O que realmente importa para elas é o motivo, é o PROPÓSITO.

Com o tempo, a criança cresce e perde a inocência, mas perde a ligação mais íntima com seu lado emocional. E ela vira executivo, empresário, dono de empresa. E se torna racional, cartesiana e totalmente objetiva. E as perguntas mudam, mesmo sendo a mesma pessoa curiosa e questionadora. O QUE vamos fazer para INOVAR? COMO iremos desenvolver novas soluções para IMPRESSIONAR nosso cliente? QUANDO teremos RESULTADOS sobre nossos esforços? As perguntas mudam, mas o questionamento mais profundo, a essência do nosso ser continua sendo aquela criança que ainda quer buscar os POR QUÊS. 

Ainda, e sempre, o questionamento de cada um só será respondido quando tiver um PROPÓSITO REAL, VERDADEIRO e PROFUNDO. Ainda, e sempre, queremos nos ligar ao POR QUE de nossa existência, ao PROPÓSITO do que realizamos, e isso está totalmente ligado ao que sentimos, ao que despertamos em nossa criança que continua sempre questionando, curiosa, perspicaz e com aquele brilho no olhar.

É disso, que as empresas necessitam antes de qualquer planejamento estratégico, de qualquer plano de marketing ou de qualquer solução inovadora. Sabe POR QUE? Porque as empresas são feitas de pessoas. E por isso elas são feitas de SONHOS. Sonhos verdadeiros, inspiradores e transformadores.

Precisamos ter um PROPÓSITO maior para sair de casa, vestir nosso crachá e fazer a diferença em empresas que nos façam olhar para o amanhã com um olhar de que somos REALIZADORES. Que nos dê MOTIVOS, que nos ofereça um PROPÓSITO com o qual nos identificamos e nos comprometemos.

Queremos fazer parte de algo que dê resposta ao nosso PORQUE. Só esse motivo já pode transformar as organizações e trazer resultados inimagináveis. Vale QUESTIONAR. Vale SENTIR.

Eu confesso, ainda vivo na idade do POR QUE.

Max Rathke é executivo do Sinapro-RS e mergulhador organizacional na Confluência.

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