Cerimonial e Eventos, uma parceria que vai muito além do protocolo!
De Christian Jung, para o Coletiva.net

A política é uma ciência - isso é fato! Dentro desse conceito, quem governa busca solucionar problemas e desenvolver processos que permitam alcançar os objetivos do Estado. Porém, para que tudo o que foi planejado se torne realidade, a comunicação e o alinhamento das equipes são essenciais. É nesse cenário que surgem as solenidades, um momento crucial de visibilidade e conexão entre o poder público e a sociedade.
As solenidades cumprem papéis estratégicos. E a seguir pontuo cinco razões que as justificam:
- Dar visibilidade às ações do poder executivo.
- Fortalecer a reputação da gestão pública.
- Demonstrar engajamento em pautas relevantes e necessárias para a sociedade.
- Fidelizar o público-alvo das diferentes áreas de governo
- Impactar a opinião pública por meio de experiências marcantes vividas por integrantes da sociedade civil.
Desde que ingressei na Casa do Executivo Estadual, a estrutura das solenidades não mudou muito. Os formatos se repetem, reflexo de demandas que parecem eternas: obras que terminam mas se desgastam; projetos que não se concluem, e outros que têm seu curso modificado por imprevistos naturais que exigem adaptações constantes.
Soma-se a isso, os desafios técnicos crescentes: por exemplo, há necessidade de bons equipamentos - como sistemas de som, microfones de qualidade, telões de led, iluminação, fundos de palco e apresentação de dados e vídeos. O que requer, também, uma equipe de governo que cuide especificamente dos eventos, sem a qual não se consegue um trabalho de excelência.
Antigamente, bastava ligar um amplificador e o cerimonial tomava conta da formatação e da dinâmica do evento: convites, roteiros, listas de autoridades, vocativos e documentos a serem assinados, entre outras atividades sobre as quais se tinha o controle, a partir do trabalho executado com uma equipe competente, como devem ser as que atendem o chefe do executivo.
Hoje, essa realidade ficou para trás. A sobrecarga do cerimonial, que já lida com as demandas protocolares e de atendimento às autoridades, torna inviável acumular preocupações com responsabilidades técnicas.
Tenho o privilégio de integrar uma equipe de Cerimonial, no Palácio do Piratini, no Rio Grande do Sul, que mantém essa qualidade, com experiência e capacidade de execução - inclusive para apagar alguns incêndios que surgem durante as cerimônias.
Porém, com as novas demandas, cada vez mais é preciso profissionais focados nos equipamentos necessários, na formalização das licitações dentro das necessidades do evento, e no trabalho de "gestão de risco". Assim, evita-se problemas que possam surgir: microfonia, instabilidade no telão de led, iluminação imprópria para leitura e a decorativa, disposição incorreta de banners e quantidade de cadeiras necessárias para a quantidade de convidados.
Nesse contexto, considere que não se pode contar com a sorte! A Lei de Murphy é cláusula pétrea: se algo pode dar errado, vai dar errado.
Portanto, com as intempéries cada vez mais frequentes, inclua na lista de primeiros socorros' o uso de gerador de energia dimensionado para a estrutura do evento.
A falta de energia, assim como tantos outros problemas que poderiam ser evitados, geram constrangimento, quebra na dinâmica, cancelamentos do evento e, em casos graves, exonerações. Sem contar a reação do público.
Como Mestre de Cerimônias sei bem o que isso significa. Todos os olhares se voltam para você, como se a falha fosse de sua total responsabilidade ou como se resolução do problema dependesse de você.
Hoje, isso não me afeta de maneira contundente como no início da carreira. Sei dos meus erros quando os cometo. Porém, integramos equipes que, muitas vezes, se reunem por semanas para organizar o evento e atender de forma qualificada todas as partes. É frustrante!. Pior ainda para o chefe do executivo que por ser figura pública sofre as críticas especialmente neste cenário tão polarizado como o da política.
As solenidades definitivamente não são apenas momentos protocolares; são oportunidades para fortalecer a imagem do governo e conectar-se com a população. Para que isso ocorra de forma eficaz, é fundamental que Cerimonial e o Setor de Eventos trabalhem juntos, cada um focado em suas especialidades. Afinados por um mesmo interesse.
Afinal, enquanto o cerimonial cuida do protocolo e dos detalhes que valorizam a figura do do chefe do executivo, alguém precisa garantir que as luzes se acendam e os microfones funcionem, permitindo que o protagonismo seja dado a quem realmente importa: Sua Excelência o Senhor Governador!
Christian Jung é publicitário, locutor e mestre de cerimônias.
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