Covid-19 e televisão: no susto, uma revolução às pressas para garantir informação

Por Danilo Teixeira, para Coletiva.net

A vivência em uma redação de jornalismo em abril de 2020 já entrou para história da Televisão. E essa afirmação tem uma explicação: o novo coronavírus.

Fazer jornalismo em televisão é uma arte. Precisamos ter criatividade numa pauta, qualidade na captação do áudio, na gravação de uma imagem e na edição de cada "frame". É uma busca pela perfeição e de um padrão alto, ainda mais hoje com a TV digital.

Mas num estalar de dedos, tudo mudou. Na velocidade de uma epidemia, o foco virou. As câmeras foram trocadas por celular. Os microfones perderam canoplas e ganharam uma proteção de plástico. As bocas dos repórteres foram tapadas por máscaras. O Skype virou o púlpito digital das autoridades. São as armas para evitar o contágio da Covid-19.

Mesmo assim, o jornalista de 2020 está na rua, na redação e até no home office. Tudo para desvendar os mistérios sobre essa doença e informar a população. O jornalista é considerado "essencial" nesse momento. Motivo de orgulho, nobreza, mas também de tensão e medo.

Eu faço TV há 18 anos. Nunca trabalhei com tanta pressão psicológica de algo invisível. As mudanças nas redações aconteceram em menos de um mês. Não deu tempo nem de pensar ou prever. O diagnóstico veio junto com a doença. Uma gestão de crise! Separei abaixo as frases mais ouvidas nas redações de TV nas últimas semanas: 

"Vamos ter que trocar o pneu do carro com ele em movimento".  "Adaptar o mais rápido possível às novas tecnologias". "Não fica brabo porque caiu a conexão da chamada de vídeo no jornal ao vivo". "Vamos fazer escalas e rodízios para preservar a equipe". "Menos reuniões presenciais e mais grupos de whatsapp". "Vou montar uma redação improvisada em home office." "Por favor, pega o kit com lysoform, álcool gel, máscara e óculos."

O vírus está no ar mas nós da TV também temos que ir para o "ar". Informar, desmentir as fake news e levar otimismo para o telespectador na luta contra essa pandemia. Então, vamos pra rua, pra redação, home office e pro estúdio. Agora, o mais importante é a informação. O jornal vai começar em 5, 4, 3, 2, 1, no ar!

Danilo Teixeira é editor regional do SBT RS.

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