Da gestação ao puerpério: sobre dor e amor

Por Tássia Jaeger, para Coletiva.net

Tássia Jaeger - Arquivo Pessoal

Parte 1: gravidez e caos

Era uma vez uma gestação nada fácil, apesar de muito desejada. Quando Nanda, minha filha, foi concebida, eu estava com Covid, mas, obviamente, não sabia. Foi na nossa lua de mel. Durante os primeiros meses de gravidez, em meio a enjoos sem fim, meu marido fez a primeira cirurgia dele. E lá estávamos nós, uma gestante bem nauseada, um pós-operado sem conseguir fazer praticamente nada em casa, além de uma renda familiar comprometida devido a impossibilidade do meu marido trabalhar, já que é autônomo. 

Logo em seguida, precisei fazer uma cirurgia de risco devido às minhas várias alergias. Enquanto ainda me recuperava, devido à minha baixa imunidade, uma gripe, que peguei da soma entre cuidar do meu enteado doente e uma viagem para o interior frio, se agravou e virou pneumonia. E vá dor da cirurgia, falta de ar da pneumonia, noites sem dormir e medicamentos devido às duas coisas. Isso tudo sem poder descansar para me recuperar como mandam os médicos, seja por conta do trabalho puxado, das demandas da casa, ou do meu enteado que, devido ao autismo, não entendia que eu não podia ficar levantando, subindo e descendo escadas, fazendo força para brincar ou atender ele por conta da saúde fragilizada e, é claro, da gravidez; além de eu só poder dormir quando ele dormia, o que era e é bem tarde, mesmo eu trabalhando cedo no outro dia e estando muito mais cansada do que o normal.

Diante desse cenário, me vi extremamente estressada. Era saúde frágil, minha, do meu marido, contexto familiar rotineiramente caótico e agravado pela situação do momento,  sobrecarga de trabalho, situação financeira complicada, privação de sono, e demais incomodações pessoais que eu não deveria estar passando em plena gestação. Então, em uma ecografia, descobri que o estresse materno afetava o desenvolvimento do bebê, pois a Nanda não estava crescendo no ritmo que deveria. Chorei muito, afinal, estava dando meu máximo por essa gestação, lutando para ter o cenário ideal em termos de saúde física e mental - me exercitando, estudando, tomando vitamina, buscando me alimentar bem, fazendo de tudo para evitar situações, ambientes e pessoas que me estressassem, com acompanhamento de equipe multidisciplinar especializada em gestantes e a salvadora terapia.

Mas, infelizmente, minha gravidez saudável não dependia só de mim. Quanto mais equipe e terapeuta diziam para eu não me estressar, mais problemas chegavam até mim, como se eu fosse imã para isso - não fui poupada; além da privação de sono pelo motivo já mencionado e por todas obrigações minhas e do meu marido, que só podíamos tocar depois do meu ente dormir ou dele chegar do serviço nos outros dias de noite. Soma-se a isso o fator estressor de ter escutado discursos vazios de feminismo fake, recebido mensagens protocolares de suposta preocupação, ouvido palpites ou comentários sem noção, vivenciado discussões, e ainda a non-grata experiência dos que não ajudam e ainda atrapalham. Contei nos dedos os que tiveram empatia de verdade e me deram suporte físico e emocional. Quem fez a diferença na minha gestação sabe o quanto fez, diga-se de passagem. Então, eis que em meio a uma reunião, tive o famoso Burnout. Me afastei do trabalho para recuperar minha saúde física, mental e para Nanda crescer saudável e não nascer antes do tempo, o que era um risco.

Como se não bastasse, meu marido passou por outra cirurgia. Tudo de novo, mas agora com uma barriga maior e mais dificuldades para ajudá-lo e ele a mim. Para piorar, desenvolvi a Síndrome do Túnel do Carpo, que, para quem não sabe, faz as mãos incharem, latejarem de dor e formigarem. A perda de sensibilidade impossibilitou meu retorno ao trabalho, visto que, como jornalista, dependo totalmente das minhas mãos. Passei a usar munhequeiras nas duas mãos, dispensei aliança - que até hoje não entra, e dormia com as mãos penduradas para fora da cama para o sangue descer (hoje, mãos estão voltando a funcionar depois de muitas sessões de acupuntura e do pós-parto, e, por isso, este texto está sendo escrito com fins terapêuticos). Nesta fase da gravidez, eu já tinha desistido do cenário ideal e quase todas minhas expectativas quanto à gestação haviam sido frustradas (sou expert nisso, a propósito). Portanto, atividades físicas e alimentação saudável foram abandonadas. Só queria comer o que desse na telha e não cansar mais do que já estava cansada, mesmo que fosse por meio dos exercícios que sempre amei.

Assim fomos nos virando, entre trancos e barrancos, e rezando pelo bem estar da Nanda e equilíbrio da nossa vida - que virou de cabeça para baixo por tantas coisas acontecendo juntas, quando queríamos estar apenas vivenciando esse amor que estava crescendo em mim. Todos os dias, mesmo desestruturada, eu conversava com minha filha, contava tudo que estava acontecendo, e explicava que ela seria forte como eu, e que eu a amava e a queria mais que tudo. Li histórias, compus e cantei músicas para ela, acompanhava cada movimento seu na barriga. Nesse caminho 

tortuoso com muitas pedras, muita coisa se revelou. Meu marido precisou trabalhar bem mais para segurar as pontas em casa visto que eu não estava com a mesma remuneração devido ao meu afastamento - o mesmo eu havia feito quando ele se operou, um cobrindo o outro sempre. Na ausência dele, minha rede de apoio composta por amigas e vizinhos, além da minha mãe, claro, vinham ficar comigo de dia ou à noite, já que estava perto da Nanda nascer. Pessoas que eu sabia que podia contar só provaram que eu não estava errada. Minha definição de família foi atualizada. Obrigada por serem presença, tanto física, como online. Todos os dias elas mandavam mensagens para saber se eu precisava de algo, esclarecer dúvidas, saber notícias minhas e da Nanda, além de virem ao meu encontro, seja para ajudar em demandas que eu não conseguia dar conta, para trazer itens para o enxoval, para dar apoio psicológico, ou apenas (o que é muito) distribuir afeto, carinho e amor. O maior presente que tive foram essas presenças.

Falando nisso, foi lindo ver o tanto de amor que recebemos de quem menos esperávamos. Como eu fiquei feliz com o carinho que vinha de gente que nem próxima era, mas que hoje carrego no coração por serem gente da gente, gente de amor. Por sinal, abre parênteses para agradecer a minha rede de apoio. Obrigada por praticamente fazerem o enxoval da Nanda para mim com tantos repasses e presentes. Obrigada pelos chás de fraldas. Obrigada por cuidarem da gestante, da puérpera, da mãe, da filha, seja pintando o  quarto, lavando louça e roupas (e quantas a vó lavou, heim!), levando o meu cachorro para passear, fazendo comida, limpando a casa, levando em médico, mimando, reformando (papai e dindo se puxaram), etc. Obrigada por não serem apenas a visita que fica babando no bebê depois que nasce, ignorado que para ele estar ali saudável e lindo, tem uma mãe, um pai e uma trajetória de perrengue, resiliência e união familiar por trás, a qual vocês apoiaram e auxiliaram. Vocês foram amor integral, essencial, sem igual.

Parte 2: os meus dois partos

Chega o dia da Nanda nascer. Estávamos completando 41 semanas e, portanto, já estava na hora de ela vir ao mundo, querendo ou não. Já havíamos esgotado nossas apostas do dia em que nasceria. Não foi 25, 27, 30 e nem 01. E quanto mais me diziam quando ela tinha que nascer por conta desse ou daquele compromisso pessoal ou profissional que não favorecia o parto ser em tal dia (e como isso me chateou), mais ela mostrava que ninguém ia dizer para ela quando ela daria o ar da graça. Enfim, como o trabalho de parto não veio espontaneamente (ouso apostar que o contexto estressante não tenha favorecido), fomos para o hospital induzir. Porém, chegando na emergência obstétrica, não é que entrei em trabalho de parto?! Ao que tudo indica, foi só quando cheguei lá que consegui relaxar, focar só em mim, na minha família, na minha filha. Foi a primeira vez que senti que a gestante era a prioridade máxima e merecia o devido cuidado, zelo e carinho, sem dividir atenção com o que quer que fosse. Só no hospital consegui esquecer todos os problemas e os outros. Ali, só a gente importava. Era bom me sentir egoísta e o centro das atenções uma vez, confesso.

Quando começo a sentir as contrações, já estavam com três min de intervalo entre elas e cinco dedos de dilatação. Melhor chamar a fotógrafa e a obstetra logo, pois o trabalho de parto estava evoluindo rápido. Em pouco tempo, já estava em oito dedos de dilatação. As dores aumentavam consideravelmente, e as posições para tentar amenizar a dor eram variadas: cama, chuveiro, banquinho, bola suíça, bola feijão, espaldar... exercícios durante as contrações e muita água e massagem. Quando chegamos aos 10 dedos de dilatação, basicamente era aguentar a dor e esperar a Nanda nascer. Mas as dores estavam ficando insuportáveis. É indescritível. Precisei de analgesia mais de uma vez para seguir resistindo. Meus gritos já não eram os mesmos das contrações anteriores. 

Devido ao tempo em que eu estava com 10 dedos, recorremos à Ocitocina para acelerar o nascimento, afinal, há um limite médico aconselhável para ficar nessa fase e evitar o sofrimento fetal ou materno. Quando a Ocitocina entrou em cena, eu juro que quis sair de cena. A dor passou a ser surreal. Eu já não me sentia capaz de suportar por mais forte que eu fosse. Pedia ajuda para Deus, para o anestesista, para todos da sala, para o que ou quem fosse. Batia na cama, sentia falta de ar, calor, frio. Tomei remédio, vomitei... Quando a contração vinha chegando, eu só lembro de repetir várias vezes: "De novo, não". Um filme passava na cabeça: tudo que me preparei para o parto normal, estudos, exercícios físicos focados em gestante, exercícios pélvicos, spinning baby, acupuntura... Quantas mães conseguem parir, quantos partos rápidos e não tão doloridos, quantos relatos de sucesso ouvi? E, de repente, me vi falando o que eu não queria: "Ainda dá tempo de fazer cesárea?".  

A única coisa que eu não queria mais, de jeito nenhum, era sentir aquela dor, que era um pesadelo. Já não havia mais a magia da dor da espera pela minha filha. Nenhuma frase da enfermeira me consolava."Cada contração é uma a menos", "É tua filha chegando". Eu só sentia dor, e nada mais entrava na minha cabeça. Minha médica não insistiu, só respondeu a minha pergunta: "Sempre dá, vou preparar a sala". Pela resposta, senti que ela também achava que já bastava de dor. Depois do parto ela me explicou que era como se estivéssemos lendo o pensamento uma da outra. A Nanda estava com a cabecinha um pouco torta, o que não permitia que ela saísse naturalmente. Isso estava levando ao sofrimento fetal e materno, e a dor já não era uma lembrança boa. Tanto que, após o nascimento da Nanda, nos primeiros dias de cochilo no hospital (porque dormir mesmo, não dormi até hoje), eu sonhava com o trabalho de parto, e era como se eu estivesse sentindo toda a dor de novo. Isso fazia eu acordar no susto e sentir ainda mais dor nos pontos da cesárea devido ao movimento brusco que eu fazia ao acordar assustada.

Então, após nove horas de trabalho de parto, implorei para agilizarem a cesárea, e lá fui eu voltar à realidade. O mais difícil era não poder me mexer durante a anestesia, mesmo em meio a uma contração terrível. Ainda havia o fato de eu ter medo de anestesia, por conta do meu histórico de alergia. Ou ainda, a mudança de sala, luzes, movimento, aquela posição de braços abertos, eu completamente congestionada. Lembro da Nanda nascendo e eu sem conseguir respirar por conta do nariz completamente obstruído - mal que me acompanhou durante toda a gestação. A falta de ar me impedia de focar 100% no momento e, se eu chorasse de emoção e alívio, minha congestão seria ainda pior. A palavra que definia a sensação era: desesperador. Apesar dos pesares, lembro de olhar para ela e dizer para o meu marido: "Ela é linda". Disse algumas vezes, pois não acreditava nessa história de recém nascido sem cara de joelho. Nanda ficou no meu peito um tempo e depois fomos para a sala de recuperação. Lá, fiquei um tempo sozinha, ouvindo a médica e meu marido em função dela. Não via a hora de respirar e ter ela nos meus braços para sentir, tocar, beijar e abraçar minha filha. Pedi para a enfermeira chamar meu marido, que tinha o bendito Sorinan para desobstruir meu nariz na marra, e aí sim minha filha deitou ao meu lado e conheci o amor mais verdadeiro que pode existir.

Eu e meu marido dizemos que tive dois partos, afinal, vivenciei um trabalho de parto completo, exceto que a cabecinha dela ficou apenas à vista, mas não passou; e depois uma cesárea. Fiquei quatro dias no hospital com muita limitação e dor, sem conseguir fazer praticamente nada sozinha. Quando tive alta, não estava segura para voltar para casa. Até porque minha casa é um sobrado de três andares, alguns lances de escada, e o quarto da Nanda fica justamente no último. Estava com medo de me movimentar, medo porque meu enteado não entende quando estamos doentes e não podemos nos mover, medo porque no último andar não tem chuveiro para eu tomar banho, medo de todos desafios domésticos sem auxílio dos enfermeiros e recursos do hospital.

Mesmo em casa com minha mãe e marido, foi muito difícil. No segundo dia, quando meu ente conheceu a mana, um puxão dele para eu me levantar e uma enfiada de dedo na barriga porque queria entender onde ela estava fez eu chorar muito e ficar alguns dias com ainda mais dor. O deitar e levantar da cama para dar de mama se tornaram o movimento mais difícil da vida. A falta de autonomia e ter que esperar ouvirem meu chamado para eu poder pegar minha filha no colo, fazer ela arrotar, trocar fralda, eu levantar da cama, ir ao banheiro, comer, qualquer coisa, eram agoniantes. Por mais que estivessem dando seu melhor para me ajudar, o pânico de ter que esperar ajuda foi uma sensação que não quero mais sentir. Ligar e não me atenderem, chamar, gritar e não me ouvirem, por minutos de espera que fossem, parecia uma eternidade. A dependência absoluta potencializou todo meu estresse e impaciência. Só queria estar no hospital de novo.

Parte 3: cansaço, solidão e impaciência

Agora, vivencio o puerpério, fase que, definitivamente, só mulheres que já o vivenciaram com todos os capítulos entendem. Hoje faz 24 dias que não durmo. Apenas cochilo quando Nanda cochila e, mesmo assim, sempre alerta. Desperto com resmungos, mexidas, chorinhos ou berreiros. Quando não é ela, desperto com o barulho feito nas escadas, roncos, gritos ou volume dos desenhos ou vídeos do enteado, obras do vizinho que recém se mudou, o maldito telemarketing ligando, o alarme que toca no bairro. A exaustão só me faz ou chorar muito ou respirar bem fundo. Nas duas situações só sei olhar para Nanda e dizer: "Nada contigo, filha. Eu te amo." 

Se estou sozinha com ela, ou se está na hora de ela mamar, arrotar ou trocar a fralda (o que é praticamente o tempo todo), não consigo fazer coisas simples, como ir ao banheiro quando tenho vontade, responder as mensagens no celular, falar ao telefone, comer, me vestir. Além do mais, ainda sinto a dor da cesárea. Muito tempo sentada só piora. Não posso tossir, chorar ou rir, que dói. Este texto, por exemplo, está sendo escrito há muitos dias, pelo celular, quando Nanda cochila em meio ao tempo do arroto. Normalmente escreveria em um dia, em poucas horas. 

E o mais difícil certamente são os outros. Ouvir comentários de quem não vivência nossa realidade é o que mais machuca. Nanda não toma banho e vai dormir às 20h, como mandam os manuais. Nanda só pode tomar banho e começar a rotina do sono depois da meia-noite, porque é quando o irmão dela começa a se acalmar. Miguel, como eu disse, é autista. E por melhor que ele esteja a cada ano que passa, ainda está longe de entender que precisa dormir cedo, que não pode puxar, gritar, aumentar o volume, acender a luz ou ficar fazendo barulho no quarto da mana quando ela está mamando ou para dormir, entrar no banho quando estamos dando banho nela, etc. E nos dias que não dorme conosco, precisamos manter os horários loucos para não confundir ela. Nunca foi fácil, não seria agora. 

Aí, as pessoas dizem: "Tem que descansar". Sério? E como se descansa dando de mamar de hora em hora? "Tem que ficar quieta por conta da dor da cesárea". Claro, fico quieta e não dou mama, não troco fralda, não dou banho, não como, não me visto, não tomo banho. "Ah, é assim mesmo". Não, cada realidade é uma. Ninguém sabe da nossa para dizer que é assim mesmo. Tem que tem babá, tem quem só tem um filho, tem quem tem filho mais velho que ajuda, tem quem tem uma rotina mais tranquila, tem muitos cenários favoráveis por aí (e ainda mais desfavoráveis também).

Mas o pior de tudo é quando alguém fala que está cansado, exausto, etc. Podem estar, ok, só não falem isso para uma mãe recém-parida, por favor! Frase proibida, pois nenhum cansaço se compara. Ou ainda, quando alguém quer visitar nos primeiros dias, sendo que a mãe está conhecendo o bebê e vice-versa, ainda não conseguiu dormir, está com dor. Isso significa que ou vão visitar a criança quando estiver dormindo e a mãe poderia estar também, ou quando a mãe precisa amamentar em paz sem ninguém dar pitaco. E aí pessoas que nem participaram da gestação, ajudaram ou perguntaram, querem logo ver o bebê, pegar na mão, cheirar, beijar. Ahhhh, vontade de gritar e fugir para Nárnia com ele. Sim, porque a mãe passa a ser mera figurante que só trouxe a criança ao mundo como se fosse simples. Haja paciência, resiliência e estômago para dividir o maior amor do mundo com todo mundo mesmo sem querer. Haja saco para ouvir conselhos, pitacos e comentários, e lambeção (como diz meu marido), de figurantes.

Nanda mama em média 15 vezes por dia. São 15 vezes que fico só eu e ela. Posso ficar olhando, admirando? Posso! Mas são 15 vezes! 15 vezes que ficamos em silêncio sentadas por tempo indeterminado e bate a solidão. 15 vezes que seria ótimo ter o pai por perto, mas ele trabalha muito; e que seria péssimo ter outras pessoas por perto, porque não quero. Nanda troca de fralda em média 10 vezes e quase sempre chora. Nanda dorme e acorda em média sete vezes e por pouco tempo, e eu com ela quando dá. Todas essas vezes morro de amor, mas de cansaço também. Sou eu quem está com ela 24 horas e sou insubstituível. Sou eu que tenho e terei que ter tolerância com todos que querem a parte boa, de dar colo, admirar, ou dizer o que tenho que fazer (só parem!). Sou eu que não, que definitivamente não tenho paciência. A vontade é dizer: "Façam filhos e deixem eu e o meu em paz! Grata". Eu gestei, eu pari, eu amamento, eu não sou obrigada a "fingir demência", como aconselham. Mães e seus hormônios à flor da pele estão autorizadas a falar o que querem por ouvirem o que não querem. Está decretado.

E estes são apenas os 9 meses de gestação e 24 dias de Nanda na minha vida. Certamente ainda virão muitas dores e delícias da maternidade. E tudo, absolutamente tudo, vai valer a pena por este amor imensurável que nasce quando o bebê nasce. E nada, nem ninguém, será capaz de enfraquecer a mulher que já era forte antes dela nascer, e virou uma fortaleza no dia 03/10. Minha menina, meu sol, minha filha, minha vida. Minhas caras e bocas, cheirinho, dobrinhas, beleza sem fim. Meu melhor projeto, trabalho, investimento. O sentido novo e melhor que a vida ganhou. Adendo importante: este artigo nasce também como um spoiler de mais um projeto junto ao Coletiva.net. As jornalistas da equipe estão preparando uma novidade que mães, futuras mães e mulheres que apoiam a maternidade e a carreira de mãos dadas vão amar. Falar sobre a carreira na Comunicação (ou seja qual for a área da ouvinte), aliada à maternidade e seus desafios, será o norte de um novo programa muito especial que está sendo desenvolvido por mim e pela Márcia e terá várias porta-vozes do nosso time feminino. Para quem não sabe, o Coletiva é cheio de mães, e um lugar seguro, acolhedor e aliado da maternidade saudável e prioritária. Portanto, o projeto não podia ser mais a cara da gente. Apaixonadas por Comunicação e pelos seus filhos, vamos dar voz aos dilemas, desafios e delícias de ser mãe em um programa de podcast pra lá de especial. Fique ligado, porque 2023 vai ter muita novidade por aqui. 

 

Tássia Jaeger é CEO da W[Right] Conteúdo, coordenadora Editorial das revistas do selo Tendências (de Coletiva.net) e analista de Comunicação do BWG.

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