O dia em que o príncipe das trevas encontrou o bom moço de Liverpool

De Cado Bottega, para o Coletiva.net

Cado Bottega é head de Criação da Moove, conselheiro do Clube de Criação do Rio Grande do Sul e conselheiro da ARP - Crédito: Arquivo Pessoal

Tem encontros que parecem coisa de filme. Foi mais ou menos isso que rolou quando Ozzy Osbourne, o eterno Príncipe das Trevas, conheceu Paul McCartney, o Beatle que dispensa apresentações.

A cena aconteceu nos bastidores de um evento beneficente no Reino Unido, lá pelo começo dos anos 2000. Ozzy, acostumado a encarar multidões sem piscar, estava tremendo igual fã na fila do meet & greet. "Eu tava mais nervoso que antes de entrar no palco", contou depois. E olha que estamos falando de um cara que já mordeu cabeça de morcego ao vivo?

Paul chegou tranquilo, com aquele sorriso clássico de quem já viu de tudo no mundo da música. Enquanto isso, Ozzy estava ali, de preto dos pés à cabeça, tentando disfarçar a ansiedade. Quando os dois finalmente ficaram frente a frente, nada de cerimônia: Paul estendeu a mão e Ozzy, no impulso, foi logo abraçando. O clima ficou leve na hora, cheio de risadas.

"Cara, você não faz ideia do quanto mudou minha vida", soltou Ozzy, emocionado. Paul, com a calma de sempre, respondeu: "E você não faz ideia do quanto eu adoro o que você faz. O Sabbath criou algo único".

A partir daí, foi papo de músicos apaixonados pela arte: histórias de estrada, lembranças de estúdio e inspirações malucas. Paul até brincou com a fama sombria de Ozzy: "Príncipe das Trevas? Eu só vejo um cara doce e cheio de amor pela música." E Ozzy, com aquele humor dele: "Se um Beatle acha isso de mim, acho que preciso repensar minha carreira!"

O que ficou daquele dia? Mais do que uma troca de elogios, ficou o encontro de dois mundos. O fã adolescente que existia dentro de Ozzy teve seu momento de glória. E Paul mostrou, de novo, que por trás da lenda existe um artista simples e generoso.

Um encontro rápido, mas cheio de significado. Uma daquelas histórias que lembram por que a música une pessoas tão diferentes - e deixa qualquer um com um sorriso no rosto.

Cado Bottega é head de Criação da Moove, conselheiro do Clube de Criação do Rio Grande do Sul e conselheiro da ARP

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