O espelho do mercado

Por Karen Vidaleti, para Coletiva.net

Quem me conhece sabe o quanto reluto em escrever textos de opinião - embora, por vezes, alguns pitacos escapem nas redes sociais. Os evito porque não os reconheço como um dos "meus fortes", além de, como jornalista, ter sido treinada a sempre perseguir a imparcialidade, ainda que o conceito seja inatingível. O fato é que sou mais afeita ao perguntar, ouvir, apurar, relatar, como indicam os passos básicos da boa e velha reportagem. Mas, se tem alguém que consegue - com um pouco resistência, é claro - me fazer redigir um artigo é este portal. E não foi um erro, não. Escolho um pronome indefinido usado para se referir a pessoas quando falo do Coletiva.net, porque ele é assim, como filho, que a gente vê crescer, cuida com carinho e comemora a cada novo passo.

Minha história com o veículo teve início há mais de oito anos, mas não é sobre ela que esse texto versa. Esse foi o tema de um artigo que escrevi no ano passado. O que quero hoje é lembrar um pouquinho da história deste veículo com o mercado de comunicação gaúcho. Talvez você não saiba, mas esse portal também foi criado em um cenário de crise. Era abril de 1999. Agências e veículos de comunicação conviviam com um contexto de economia instável e escassez de investimentos publicitários quando circulou, via fax, a primeira edição do Guia da Imprensa e da Propaganda, impresso que logo migraria para a internet e se transformaria em Coletiva.net.

No formato digital, o portal ampliou seu noticiário, amplificando a voz dos profissionais que fazem a comunicação gaúcha, esmiuçando a rotina de jornalistas, explorando os principais cases da propaganda e do marketing, e marcando a chegada de novas empresas, agências e grupos midiáticos ao Estado. Do noticiário factual, também foi buscar o que está por vir, produzindo conteúdos mais densos por meio do selo Tendências, e traçando uma linha do tempo constituída de passado, presente e futuro. Passadas mais de duas décadas, é impossível não olhar para a dimensão do trabalho desenvolvido por esse equipe enxuta e enfatizar sua entrega diária ao nosso mercado, quando coloca os holofotes sobre a produção das mais diversas áreas da comunicação e sobre os resultados por elas gerados.

São tempos de incertezas, tempos difíceis para todos os setores da economia. A crise agora é política, econômica e sanitária. Em momentos como esse, a Comunicação deve exercer papel-chave ao compor a estratégia de negócio das empresas, organizações e órgãos públicos, seja para ativar seus públicos, seja construir reputações, informar a população, gerar visibilidade para os temas de interesse público. Mas, quando mais se precisa de clareza e transparência, jornalistas são agredidos e impedidos de cumprir sua missão de reportar. Quando mais se precisa de engajamento, marcas reduzem investimentos e desistem de comunicar. É lançando luz sobre o valor da Comunicação e propondo a reflexão sobre o fazer comunicação, vivendo suas dores e amores, que este portal está aqui há 21 anos. Porque falar sobre Coletiva.net é falar sobre a Comunicação gaúcha e, da mesma forma, falar sobre a Comunicação gaúcha é falar sobre Coletiva.net.

Karen Vidaleti é a sexta a assinar a sequência de artigos comemorativos aos 21 anos de Coletiva.net. Jornalista, atuou na empresa de 2012 a 2015 - de estagiária a editora. Foi coordenadora de projetos especiais de 2016 a 2019, tendo respondido por uma série de conteúdos diferenciados. 

Comentários