O poder das conexões: Do vício ao benefício
De Gabriela Frühauf, para o Coletiva.net

"É sobre isso!", como se diz na internet.
Desde que a internet chegou, estamos cada dia mais conectados. Claro que, quando era discada, a conexão era mais lenta - os mais experientes do mercado ainda mandavam um fax para avisar e garantir que aquele "email" chegaria (como eu).
Com a chegada dos sites, blogs, redes sociais, whatsapp, plataformas de comunicação, sim, a conexão ficou bem mais rápida e pode ser mensurada. E, agora, a IA facilita mais ainda as conexões.
Mas isso é outro artigo.
Falando em conexões e pontos de contato, podemos apontar boas práticas nesse mercado, que se transforma constantemente. Mas também podemos facilmente identificar as marcas, agências (e outros players desse mercado, que ainda seguem fazendo a comunicação à moda antiga) mas que desejam conectar-se com a geração Z, ou com alguma comunidade específica - sem sucesso.
Qualquer ponto de contato é uma mídia em potencial. Isso era o lema da minha empresa, quando comecei, de forma remota e já trabalhando em rede, em 2007. Dezoito anos depois, ainda sinto que estamos evoluindo nesse caminho. As mídias, as mensagens, as redes sociais, a internet das coisas, IA de forma geral, tudo evoluiu, se transformou - e tudo hoje tudo nos mantém conectados. Até demais.
FOMO (Fear of Missing Out) é a síndrome que vivemos. Não é à toa que 2025 é o ano de DESACELERAR, de entender que não damos conta de tudo, que precisamos fazer escolhas e buscar uma vida mais saudável, com menos ansiedade. É a dicotomia da nossa era.
Fora a DOPAMINA, um dos principais vícios citados em estudos, é o vício digital. Ou seja, uma das propostas para 2025 é, também, o jejum de dopamina.
Nessa mesma linha, falamos agora em outro termo: NOMOFOBIA, que é o medo irracional de não ter acesso ao celular ou a um aparelho eletrônico. É um mal contemporâneo, relativamente recente, que surgiu devido aos avanços tecnológicos. Estudos e matérias, como no Gshow (Globo), destacaram que é muito comum, principalmente entre adolescentes e adultos, usar a internet como um ESCAPISMO.
VÍCIOS advindos da CONEXÃO, não é mesmo? Mas podemos aprender, e extrair o melhor de tudo isso, como faria uma típica Poliana.
Pois quando falamos em conexão, também falamos (e conectamos) negócios e pessoas, projetos e empresas. Isso tudo facilitado pela conexão digital. Mas pode começar antes dela, e ir além, e com isso tentamos explorar o lado positivo e sem volta dessa evolução.
Muitas redes nasceram nos últimos anos em forma de plataformas ou apps - sempre em busca de conexão. Como plataformas de marketing de afiliados, que conectam pessoas que vendem a marcas que precisam de vendedores - e, claro, ganham percentuais mas divulgam as marcas; plataformas de anúncios para clubes de vantagens, que convertem mais que um link patrocinado; plataforma de marketing de recompensa, que conecta marcas à micro e nano influenciadores, que trocam views por vouchers, por exemplo, e também aumentam o alcance das marcas; plataformas e ferramentas para mapear e gerenciar creators para uma campanha ou marca; muitas ferramentas e plataformas de mídia online - programática, retargeting, retail media, discovery, social ads, search, e outros... Até mesmo plataforma de gerenciamento e mensuração de resultados de mídia em rádio (sim!); ferramenta de atribuição, que mensura e conecta campanhas de TV com os resultados dos canais digitais de uma marca; plataformas para criação e gerenciamento de comunidades, onde marcas criam comunidades pelo Brasil, com clientes, fãs e apreciadores; plataformas de jobs, que conectam empresas aos fornecedores e parceiros que precisam; ou plataformas que conectam diretamente jobs a profissionais, e montam equipes para atender remotamente ou presencialmente, fazendo todo o match e organização.
São muitas possibilidades. Por exemplo: existe uma nova rede colaborativa, que foi lançada em São Paulo, no final de 2024, e é a primeira rede cooperativa de comunicação e marketing - uma rede de profissionais da indústria criativa, que conecta marcas a empresas e profissionais, com coordenação, estratégia, organização e produção, por meio do cooperativismo, a Coletiv.
Com tudo isso (e mais!), estamos falando de pontos de contato, conectando marcas aos seus públicos e stakeholders. Estamos falando sobre conexões de forma mais ampla, conectando empresas a profissionais, e analisando e "torturando os dados" pra que nos deem informações, como diria um amigo cientista de dados.
Eis a CONEXÃO como BENEFÍCIO.
E, claro, poderíamos citar várias outras, como os grupos de ajuda, grupos de bairro, grupos de desapego, e por aí vai. Mas, aqui, estamos falando apenas da área de comunicação, que já estamos usufruindo dos benefícios e tentando nos livrar dos vícios.
Faço um convite a analisarmos nossas conexões para 2025. Compreender se essas conexões são positivas, benéficas, que te fazem evoluir de alguma maneira. Ou, por outro lado, se são vícios, se fazem mal e geram um atraso na vida e na carreira.
Mesmo que não possamos, deliberadamente, abandonar todas as conexões que fazem mal, podemos nos propor a fazer um jejum em busca de mais clareza para, ao menos, apostarmos nossas fichas e energias naquelas conexões boas, que nos fazem crescer - e que podemos retribuir da mesma forma. Podem ser redes de empresas, de profissionais ou de pessoas à nossa volta.
Porque sim, tudo está HIPERCONECTADO.
Gabriela Frühauf é consultora e estrategista de Comunicação e Marketing.