Ponto de vista ou a vista de um ponto?

Por Michel Couto, para Coletiva.net

Michel Couto - Arquivo Pessoal

Minha historia com a publicidade começou em uma pequena agência da capital gaúcha como todo bom negro alto comecei como vigia e entrar nesse lugar abriu um leque de possibilidades. E com esta experiência, entrar como vigia e sair como diretor de arte, me fez perceber que precisamos ocupar alguns lugares. 

Por isso eu falo que na era da experiência precisamos como profissionais da Comunicação tornar realidade a famosa frase que "uma imagem fala mais que mil palavras", palavras por si só não mudam realidade, mas a imagem sim. Sou meio (São) Tomé se não me vejo em alguns lugares fica difícil eu desejar e enxergar possibilidades, e falar de desigualdade é fazer o sacrifício de abrir caminhos no imaginário e avançar lentamente com ações para um mundo melhor. Algumas organizações, empresas e governos precisam continuar o movimento de tocar nas feridas da nossa sociedade para realmente fazer de palavras imagens. E assim ressuscitar a igualdade para que ela viva e esteja presente em todos os espaços.  

Ocupar algumas cadeiras como publicitário e articulador periférico (Pacto Alegre) me traz esperança e me dá outra visão de um ponto que antes tinha que usar minha imaginação e criatividade para me ver e hoje poder falar com propriedade faz a diferença e traz "confiança", confiança essa que muitas vezes me tirada. 

Costumo falar que se você me perguntar se quero uma Ferrari provavelmente vou me imaginar em um carro popular e forçar minha mente a querer me imaginar em uma Ferrari. Na era da experiência, precisamos nos permitir e ocupar lugares que antes não tínhamos acesso e, assim, olhar de um ponto de vista para enxergar da vista de um ponto, por isso, a palavra "empatia" é tão pronunciada por pensadores e líderes na atualidade.

Fazer da diversidade e igualdade um propósito, é mudar imagens e paisagens para trazer a esperança à nossa realidade.

No mundo da experiência forçar esta imagem como alguns criticam "ai tudo agora é preto pra lá, LGBT prá cá",  é sim fazer que nem Tomé e tocar nas feridas para ver que temos salvação e esperança! E só assim mandamos uma mensagem forte para o futuro que: JUNTOS SOMOS FORTES.

Michel Couto é publicitário e diretor da Agência Formô.

Comentários