Por que fazer Publicidade

De Muryllo Von Grol Vargas, para Coletiva.net

04/11/2025 15:15
Por que fazer Publicidade

Em um mundo onde tudo parece ser publicidade, do Instagram à religião, por que alguém ainda escolheria fazer publicidade? A pergunta é feita a quase todos nós, mas, quanto mais o mercado muda, mais ela parece importante. Fazer publicidade é escolher enxergar o mundo uma lente só nossa. É olhar uma loja e imaginar o conceito, assistir a um comercial no intervalo do futebol e pensar na estratégia.

Publicidade é o ponto de encontro entre dois mundos que supostamente são opostos: os negócios e a arte. De um lado, a gestão, a estratégia, o mercado. Do outro, a sensibilidade, a emoção, a criatividade. Quando esses dois se apaixonam, nasce essa coisa maravilhosa chamada publicidade.

Quando eu cheguei a esse universo, não foi por convicção. Eu não nasci sonhando em ser publicitário. Na verdade, durante boa parte da minha adolescência, eu nem sequer cogitei. Eu sempre quis (e continuo querendo)  trabalhar com música. Na hora de escolher o curso, cheguei a pensar em Direito, porque todo mundo pensa em Direito. Cogitei Relações Internacionais, porque sempre me interessei por entender o mundo. E por um tempo estive absolutamente decidido: seria jornalista. Gostava de escrever, de observar as pessoas, de contar histórias. Pronto, vou ser jornalista.

Publicidade? Nunca esteve no meu radar. Mas a vida, em uma reviravolta completa, foi me empurrando nessa direção. E, olhando pra trás, acho que foi a melhor coisa que já me aconteceu. Entrei no curso meio sem saber o que esperar e logo percebi que publicidade é descobrir o que faz alguém parar, sorrir, sentir. É aprender que comunicar é se conectar. Eu cheguei ao curso por acaso, mas, se eu fiquei, foi muito por causa das professoras que cruzaram meu caminho. Pessoas que me inspiram, e que acreditaram em mim antes mesmo de eu acreditar. Que me mostraram que criatividade é disciplina e que boas ideias não nascem do nada, nascem de repertório, de esforço, de erro e acerto. Elas me ensinaram que não basta ser um bom publicitário sem ser humano.

A publicidade te desafia. Te provoca a fazer o novo, a aceitar e apreciar o diferente. Ela transforma loucura em genialidade, o improvável em vitória. Quando eu penso na palavra ?publicitário?, lembro da frase do Steve Jobs: ?Enquanto alguns podem vê-los como loucos, nós vemos genialidade. Porque aqueles que são loucos o suficiente para pensar que podem mudar o mundo são aqueles que o fazem.? É isso que a gente faz. A gente muda o mundo, vendendo produto, vencendo campanhas, divulgando uma ideia, mas o mundo nunca fica ileso a esse ser chamado publicitário.

No fim das contas, fazer publicidade é acreditar que um ser humano ainda pode impactar outro ser humano com uma ideia, e que a gente pode, através da comunicação, construir a sociedade que todos desejamos.

Nesse mundo, você pode encontrar o sentido que procura. E eu, um dia, procurei: arte, música, negócios, cinema, gestão, tudo numa coisa só. Do jeito que só a publicidade sabe fazer.

Muryllo Von Grol Vargas é estudante de Publicidade e Propaganda. 

(muryllovon@gmail.com)