"Estamos cada vez mais solitários e infelizes", aponta fundador do Orkut

Com auditório lotado, turco opinou sobre como as redes sociais perderam a essência de unir as pessoas

Orkut lotou auditório do Nau Live Spaces - Divulgação/Coletiva.net

Foi com auditório lotado, neste sábado, 17, que o público recebeu Orkut Buyukkokten, fundador da popular rede social de mesmo nome anos 00, no BS Festival 2019. A palestra do turco, que aconteceu no hub Nau Live Spaces, teve bastante opinião sobre como as mídias sociais estão atuando hoje. "Estamos cada vez mais solitários e infelizes", disse. Conteúdo, apesar da forte negativa, ele é positivo, ao destacar que acredita verdadeiramente que temos como reencontrarmos um sentimento de pertencimento.

De acordo com ele, as novas redes sociais foram criadas para nos exibirem, como uma passarela digital. "Hoje temos sintomas de depressão de pessoas que passam muito tempo no Facebook, e isso não é surpreendente", observou. Para ele, desenvolvemos a necessidade de atrair a atenção dos outros, tanto online quanto off-line, isso por meio da quantidade de likes que almejamos. "Nossas melhores conexões não são fingimentos, mas as comunidades que criamos na vida real, quando nos conectamos uns aos outros. Assim que destruímos os muros que nos separam das outras pessoas", opinou.

Para o Orkut, passamos muito tempo das nossas vidas olhando nossos feeds, mas tudo demanda moderação. "Só que infelizmente, nos últimos tempos, foram incorporadas ferramentas de machine learning e Inteligência Artificial (AI), que nos fazem passar mais tempo olhando para marcas. Então, as redes sociais hoje não são feitas para nos aproximarmos, mas, os algoritmos nos fazem olhar para o consumo", salientou.

A rede social deve nos ajudar a nos reunir na vida real, face a face: este é o ponto crucial que o turco destaca. "Quero criar uma comunidade para que possamos celebrar nossas diferenças, e não ocultá-las, que você possa ser quem realmente é", garantiu. Para tal, acredita que ainda podemos mudar as redes sociais, e estes valores, que, justamente, estão na Hello - nova plataforma que criou. "Nela, criamos uma comunidade baseada em valores que tornam nossa vida digna de ser vivida", argumentou, ao dizer que chegou a hora de usarmos nossos superpoderes, novamente, e que foram esquecidos - a bondade e o amor. 

O turco ainda destacou que dentre as minhas predileções estão conhecer uma nova pessoa e trocar experiências. Também relatou sobre a sua vida, como quando sofria bullying no colégio, e não parava de se culpar e não entendia o que tinha de errado com ele. E, apesar disso, sempre fez muitos amigos. Citou  ainda as passagens pela Alemanha e Estados Unidos na infância e adolescência.

Também ponderou que são as nossas diferenças é o que nos tornam especiais e, infelizmente, ser quem somos de verdade nos tornou o nosso maior medo. "A melhor maneira de se auto curar é botar alguém para cima", falou. Assim sendo aconselhou: "não é preciso se justificar para o mundo, você pode ser quem você é".  Ao finalizar, orientou que ao público que sejam bons, pois bondade nunca é perdida, além de construir pontes. "Sejam reais, as pessoas vão amar quem você é", estimulou, ao desejar vida longa e felicidade. O turco ainda respondeu a alguns questionamentos da plateia, e atendeu aos pedidos de selfie após o bate-papo.

A equipe de Coletiva.net acompanha em tempo real os três dias do BS Festival. A cobertura online, que tem o apoio da BriviaDez, será atualizada com matérias no portal, entrevistas exclusivas, lives e fotos no Instagram do portal. A equipe é composta pelos jornalistas Bruno Dornelles, Carlos Redel, Gabriela Boesel, Ilana Xavier, Márcia Christofoli e Patrícia Lapuente.

Comentários