Fundador do Orkut conversa com equipe de Coletiva.net

Com temática sobre diversidade, o turco palestra amanhã no BS Festival

Patrícia Lapuente, coordenadora de Comunicação de Coletiva.net, entrevista Orkut Buyukkokten - Divulgação/Coletiva.net

Acontece neste sábado, 17, o encontro de Orkut Buyukkokten - fundador da antiga rede social que leva o seu primeiro nome -, com o público da terceira edição BS Festival. Denominada 'The hero within: self, identity & community', a palestra ocorrerá às 10h30, no espaço NAU Live Spaces (Av. Pres. Franklin Roosevelt, 1308 - 1º piso). A equipe de Coletiva.net aproveitou a passagem do turco por Porto Alegre conversar com ele.

Segundo Orkut, quem for assistir a sua explanação no evento sairá de lá sabendo o posicionamento dele sobre a diversidade. "Compartilharei minha experiência, ao crescer em um universo onde era um jovem gay, nascido na Turquia e vivendo na Alemanha e, que mais tarde, mudou-se para os Estados Unidos", adiantou. A partir disso, relatará como todos estes fatores influenciaram na sua vida. Ele ainda tratará sobre as redes sociais e como mudaram ao longo dos anos. "Elas trouxeram algumas regras para a sociedade, e valores como a generosidade se perderam neste tempo", apontou. Desta forma, abordará o impacto negativo destas plataformas.

Ele acredita que o Orkut.com deixou uma bela experiência, pois se embasava em criar e manter conexões: desde conhecer novas pessoas, interagir com melhores amigos, fazer networking e, até mesmo, encontrar um (a) namorado (a). Pensa que a rede foi tão popular, principalmente, no Brasil, porque tinha bons valores, a exemplo de deixar as pessoas mais próximas. "É a minha terceira vez aqui no Brasil, e o pessoal é tão aberto, nos recebem bem e são apaixonados. É uma cultura que nos conecta." Por conta disso, acredita que o site tinha tudo a ver com a população do País.

Ainda sobre a antiga plataforma, brincou que há três mitos sobre ele: o primeiro aponta que ele vendeu o Orkut ao Google - inverdade, pois não criou a rede enquanto trabalhava na empresa -; o segundo diz que recebia 50 centavos, na moeda americana, por scrap enviado; enquanto o terceiro deduzia que criou a rede social para encontrar uma namorada. Questionado sobre qual a sua comunidade favorita, falou que havia muitas criativas, porém, gostava muito da denominada "Eu abro a geladeira para pensar".

Em relação às redes sociais atuais, defende que elas só tornam as pessoas egoístas, e, a partir disso, elas acabam se importando pouco com as outras, enquanto dão valor às quantidades de curtidas e comentários. Na sua opinião, as pessoas presentes nas redes sociais estão ansiosas, depressivas e solitárias. "É como um vício, que gera uma epidemia", disse. Inconformado com a situação, resolveu criar mais uma plataforma: a Hello. De acordo com Orkut, o objetivo é para resgatar um sentimento genuíno, bem como fazer as pessoas se expressarem verdadeiramente, além de serem mais humanas e com compaixão. "As redes sociais deveriam tornar os usuários mais próximos, conversando cara a cara e com boas conexões", expressou ele, que tem como as maiores paixões conhecer pessoas e a tecnologia.

Orkut ainda opinou sobre o futuro das redes sociais. De acordo com ele, algumas acabarão, porém outras também sobreviverão. "É muito importante estar atento ao que está acontecendo, como as tecnologias, a infraestrutura, os devices, a compreensão social e o tratamento das gerações", pontuou.

Sobre estar em Porto Alegre, contou que está adorando a cidade, principalmente quando se depara com lojas, livrarias e cafés. Além disso, está aproveitando para conhecer pessoas, degustando a comida local e as bebidas, como é o caso da caipirinha - inclusive, brincou que já tomou por volta de seis até o momento da entrevista. Para finalizar, disse que vai embora na próxima terça-feira, porém gostaria de ficar mais tempo na capital gaúcha.

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