Ele cresceu ouvindo que era impossível. Por ser da favela, por não ter dinheiro, por não falar inglês. Mas, nos últimos anos, construiu o próprio império. No último dia da Web Summit, nesta sexta-feira, 4, em Lisboa, o produtor brasileiro Konrad Dantas, o KondZilla, subiu ao palco principal para contar - em inglês - como criou o maior canal de YouTube no Brasil e América Latina e o terceiro maior canal de música do mundo, com 65,9 milhões de inscritos e 36,5 bilhões de visualizações. "Diziam que era impossível. Foi o desafio que me moveu. (...) Em minha mente, eu tinha que entregar a melhor qualidade em conteúdos para minha comunidade. Nascemos em favelas e precisamos consumir bons conteúdos em música, propaganda, séries, documentários e programas de TV", disse.

Em um bate-papo com Christian Rôças, ex-CEO do Porta dos Fundos, KondZilla também falou sobre os planos para o futuro. Além de replicar o mesmo modelo de negócios em outras comunidades, como LGBT, disse que tem o sonho de trabalhar com educação. "Porque a educação mudou a minha vida", afirmou, acrescentando que gostaria de ampliar vozes: "porque ninguém dá voz para outras pessoas, e as favelas têm muitos talentos, não necessariamente cantores e jogadores de futebol. E eu acho que serei um agente de transformação para as pessoas da favela no Brasil", declarou, arrancando aplausos da plateia. 

Para quem está começando, KondZilla deu alguns conselhos: estabelecer parcerias duradouras e dividir os royalties (uma alternativa à ausência de verba para investir em produção de conteúdo); contratar bons advogados e, acima de tudo, é preciso divertir-se, apostar na diversidade e respeitar o público.

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Com o apoio do canal Markket e da agência Euro, as jornalistas Cleidi Pereira e Márcia Christofoli, ao lado do social media Felipe Ramires, trabalham em uma cobertura especial da Web Summit. Realizado em Lisboa, Portugal, o evento de Inovação e Tecnologia, que neste ano recebe mais de 250 palestrantes e 70 mil participantes, acontece de 1° a 4 de novembro.