Cadê a modelo que estava aqui?

Por Flavio Paiva

Dentro de uma nova realidade e até perspectiva, talvez Gisele Bündchen tenha sido uma das últimas grandes modelos a pisar de fato em uma passarela. Um dos mais novos fenômenos é Shudu Gram, com inúmeros seguidores em redes sociais. A diferença? Ela é virtual, impossível tocá-la. Modelo e influenciadora com campanhas para Prada, Diesel e Supreme.

Por ora, há uma equipe por detrás que faz todo o gerenciamento virtual de Shudu, mas com a evolução da IA, em breve ela poderá interagir sozinha, responder questões, fazer lives e agir como uma modelo humana. Só não peça para jantar com ela.

Os limites do virtual x real estão cada vez mais expandidos. O que parece absurdo em um momento, um pouco depois deixa de sê-lo. Mas Shudu ser virtual não é segredo: é fato conhecido e sabido, o que não impede que estas -e outras marcas - adotem-na e... paguem-na! Shudu (sua equipe) fica muito feliz e segue a carreira de sucesso.

Cito uma questão: Shudu envelhecerá? Passarão os anos para a influenciadora e modelo? Ou ela e companheiras com as mesmas características farão o tempo parar, abrindo uma fissura nos dias, meses e anos? Mais do que isto: como o público receberá uma modelo que não sente nem mostra o tempo passar? Além disto, as pessoas não cansarão de ver Shudu com o mesmo rosto, mesmo corpo? Desafios da tecnologia, questões do público e do próprio desenvolvimento da tecnologia neste período.

Não que ela seja a primeira. Nada disto. Mas é uma das expoentes e, como tal, balizam o 'comportamento' de suas colegas, público (embora esteja aí a maior incógnita) e da própria indústria da moda e mesmo da IA.

Uma coisa é certa: não haverá necessidade de aplicar Photoshop em suas fotos, ela vem 'de fábrica'. Como humanizar uma influenciadora gestada totalmente no ambiente virtual. É preciso uma biografia? Ela terá família, irmãs, fracassos, sucessos, como será que atingiu o topo? Isto é necessário ou descartável nestes tempos?

O que o público realmente quer? A imagem da perfeição ou alguém falível como nós, humanos? Qual o ponto de contato, de liga entre seus fãs e ela?

Todos estes são desafios que vão sendo desvendados no andar da carruagem, para contrapor uma imagem antiga. Troca de pneu com o carro em movimento. Porque quanto mais sucesso faz Shudu, mais sua agenda fica cheia. Quantos compromissos ela pode atender por dia?

O que queremos, afinal? O virtual e perfeito, o real e imperfeito, uma mescla de ambos, o eterno, a surpresa, a permanência, o intocável? São questões profundas que impactarão no desenvolvimento da tecnologia e da própria sociedade, pois em muitos momentos a tecnologia se impõe à realidade, não espera por ela. O que você prefere?

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