Indivíduo e massa

      Preciso viver mais. Quando ouço um titã dizendo que deveria ter trabalhado menos é porque alguma coisa está errada. Uma situação é ouvir tal …

img src="fotos/coluna_clo1_27_05.jpg" align="right">      Preciso viver mais. Quando ouço um titã dizendo que deveria ter trabalhado menos é porque alguma coisa está errada. Uma situação é ouvir tal verso de um poeta expirado, outra é ouvir de um herói vivo. O que sobra para os medianos, a massa? A propósito, massa é um ser disforme, que existe através da pesquisa de opinião. Mas o que fica, no final das pesquisas, não são pessoas, mas números. A realidade não confere. O percentual das características recai apenas sobre as partes que, na verdade, compõem o todo, nesse caso, o consumidor. Portanto, o homem-massa não existe. O que existe é o produto de massa, feito para servir a partes diferentes em cada indivíduo que compõe a massa (de onde será que eu tiro isso?).
      Falando em lembrar de partes de um todo, na Revista Isto É desta semana há uma dica de livro sobre a memória. A edição é da ArtMed, editora gaúcha com centenas de títulos no mercado. É bom ver a Artmed em destaque com seu time respeitável de capistas, artistas plásticos e designers gaúchos de primeira: Joaquim da Fonseca (capa anexa, "Gagueira"), Mario Holneldt, Flavio Wild, Tatiana Sperhacke. A capa do livro citado pela Isto É, e estampado nesta clônica, "Memórias", é de Gustavo Macri. O autor de "Memórias" é Ivan Izquierdo. Um trecho muito legal no livro diz que somos o que recordamos e também o que resolvemos esquecer? O passado contém um acervo de dados que nos permite "traçar linhas, atravessando o efêmero presente, rumo ao futuro". Bonito. E já que o acervo da memória de cada um nos converte em indivíduos, um ser único, a conclusão da clônica da semana, com a ajuda de alguns acasos, é: o homem-massa não existe.
      Mande sua opinião, caro interleitor.
( [email protected])

Comentários