Transição

Por Flavio Paiva

De certa forma, está na moda falar em coisas disruptivas e em transição. Segundo diversos teóricos, a realidade está em transição acelerada. Bem, de certa forma e para alguns aspectos sim, mas para outros, não. E o que me incomoda é TUDO estar em transição, segundo eles. E a moda de TUDO estar em transição.

Vamos aos fatos: a TI impulsiona grandes transformações, sem volta. Como é possível pensar quase tudo para o desenvolvimento de apps, transformações na indústria, na medicina, na engenharia, muitas organizações estão esquecendo de que dentro e fora destas temos ainda seres humanos (a ressalva do 'ainda' é intencional).

Os bancos sentiram um golpe com a criação das fintechs. O setor de regulação (incluam-se aí os bancos), com as criptomoedas e o blockchain. Vieram (as fintechs) abrir uma nova forma de tratar o dinheiro dos clientes e de atender aos próprios clientes, fazendo com que não mais seja necessário que eles vão às agências (a maioria das fintechs sequer tem agência), o controle e relacionamento pelo smartphone e app. Os bancos tradicionais estão tentando se adaptar a esta transformação, lançando seus apps e até contas digitais, reduzindo anuidades de cartão de crédito, mas ainda não encontraram o caminho. Ocorre que são gigantes, que têm estruturas e processos muito definidas e rígidas. Então, para que consigam acompanhar o pique das startups, com sua mentalidade inovadora, estruturas enxutas e maneira de pensar livre, não está nada fácil.

Mas nem tudo está mudando. Vejo que há jovens que estão 'optando' por não fazerem mais sexo, por exemplo. Se acredito nisto? Não. E não estou falando que os jovens estejam mentindo. Somente que isto decorre de uma visão narcísica de mundo, em que acabam por centrarem-se muito em suas necessidades e desejos, além de uma profunda insegurança. São marcas de muitos jovens de novas gerações. Um dos grandes responsáveis por este fenômeno são os pais, que os criam como se fossem pequenos reis e rainhas, cujo centro do mundo está em seu umbigo. Além de os protegerem excessivamente, fazendo-os inseguros frente à dura realidade do 'mundo lá fora' (que inclui o sexo, naturalmente).

Por que não acredito nisto, então? Porque o desejo sexual humano é algo atávico e hormonal, inclusive. Parece-me uma tentativa (inconsciente) de reprimir os desejos, almejando a teórica segurança e proteção. Mas o desejo está dentro deles, vai se manifestar ou ficar mal resolvido. Então, isto não me parece exatamente uma transição, mas um fenômeno muito bem delineado e com causas bem claras. E que não termina totalmente bem.

E o que me incomoda neste modismo é exatamente isto: como as mudanças se dão em velocidade acelerada em muitos setores da tecnologia e da economia e negócios, os 'filósofos' e 'gurus' (atentem para as aspas) se põem a fazer previsões e dar definições de novas personalidades e comportamentos, que muitas vezes não resistem a uma análise um pouco mais profunda.

Não esqueçamos que somos de carne e osso, que somos um sistema que ingere e excreta, que olhares têm muita força entre as pessoas, que por trás da pele há os sentimentos. E até o momento (não faço previsões deste tipo) não há tecnologia capaz de sentir por nós. E há as mudanças. O Facebook vem perdendo inscritos em velocidade acelerada, apesar de ainda ter uma base enorme. E por quê? Ao menos no Brasil, os jovens estão deixando de utilizá-lo (segundo alguns com quem conversei, "é coisa de tiozão"), estando este reservado para usos mais específicos. Alguns me dirão: mas ele tem milhões de assinantes, no Brasil mesmo. Sim, não disse que haverá um fenômeno de debandada de toda esta base simultaneamente, mas que há sim o furo no casco. E acredito que o Facebook restará então para pessoas a partir de uma determinada faixa etária e para usos políticos, comerciais, etc.

Então, nem tudo está em transição, ainda precisamos do sol e da chuva, de uma boa conversa com um amigo, enfim, não queiram me fazer crer que TUDO está em transição. Há que separar o joio do trigo: há o que realmente está em transição; há o que não está (e, em alguns casos, jamais estará).

La Mafia Barbearia

O próprio La Mafia obedece ao que discorri acima: em alguns aspectos mudou, como cresceu muito e ampliou o número de lojas. Já no atendimento de alta qualidade e mesmo na qualidade de seus profissionais e serviços, foi intransigente. Tem que ser da mais alta, de excelência. Está comemorando quatro anos de atividades. Somente no último ano, atendeu em sua rede mais de 200 mil clientes. Em 5 de setembro de 2014 abriu a primeira unidade, sendo agora 15 unidades no Rio Grande do Sul, uma em Santa Catarina (Criciúma) e uma no Paraná (Foz do Iguaçu). Já pude comprovar (e sou cliente fiel) a qualidade do atendimento, lojas e serviços, com o que há de melhor. E, por isto, tem clientes de seis meses a 90 anos, já atendeu várias gerações de famílias. Não conhece ainda? Depois me conte!

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