Ah, as mulheres!

Por Cris De Luca

Baixa, alta, altura média brasileira. Magra, gorda, corpo "padrão. Negra, branca, índia. Loira, morena, ruiva. De esquerda, de centro, de direita. Feminista, não feminista (ou ainda não sabe que é). Cis, trans. Hetero, Homo, Bi. Das mais diferentes religiões, credos, crenças. Das mais diversas e interessantes profissões, habilidades, competências. Todas com uma força incrível enfrentando seus medos e seus traumas para correr atrás dos seus objetivos, mesmo que a gente nem saiba quais são. Mulheres lutando para poder ser o que a gente quiser na hora que quiser com quem a gente quiser.

Todos os dias eu olho para os lados e vejo esses seres de luz batendo de frente com vários obstáculos, com os mais diferentes preconceitos, tentando desconstruir comportamentos e pensamentos naturalizados numa sociedade incrivelmente machista, brigando com a própria forma de encarar o mundo e outras mulheres. è um processo lento e nada fácil se entender como cheia de preconceitos, mesmo lutando por igualdade e pelo reconhecimento que merecemos ser tratadas como iguais.

Estive na última sexta, 8 de março, e no sábado, 9, em alguns encontros promovidos por entidades e empresas para "comemorar" o Dia Internacional da Mulher. Uma data que para muitos já deixou de ser o dia para apenas entregar flores para as colegas, funcionárias, namorada, esposa e afins, mas na qual ainda se escuta muito "parabéns pelo teu dia". Para mim, foram dois dias de trocas intensas de experiências e de escuta com outras mulheres. Passei pela ADVB/RS, pelo ponto de encontro da caminhada das mulheres da Esquina Democrática, por um bate-papo na Santa Casa de Misericórdia e por um encontro da Rede Mulher Empreendedora com mentoria para empreendedoras. Fora ter acompanhado e lido um tanto de mulheres maravilhosas pelas redes sociais.

Por mais que a gente tente se transformar todo dia um pouco, cuide os pensamentos e as palavras, exercite a sororidade, é quando a gente sai da bolha e observa outras histórias que se dá conta dos nossos privilégios e se inspira ainda mais a seguir firme e forte na luta para mudar a nossa realidade e a de tantas outras mulheres. E esta data em si faz a gente acessar esses outros mundos (sim, algumas vezes são situações tão diferentes das nossas que parecem um outro mundo) de uma forma mais intensa. Algumas verdades são jogadas na nossa cara sem cerimônia.

Neste ano, vi muitos homens compartilhando números e imagens de coisas que acontecem todos os dias com a gente. Precisamos fortalecer essa rede de aliados. Espero que não seja somente no discurso. Precisamos empoderar (por mais que não goste muito dessa palavra), dar espaço e voz a outras mulheres. É importante dar acesso à educação, ao mundo do trabalho, aos cargos de liderança e suporte ao empreendedorismo feminino. E como disse a diretora de Estratégia e Projetos da Plann Inteligência, Estratégia e Branding, Patrícia Carneiro, lá na ADVB/RS na sexta-feira: "façam coisas concretas. Não dá para viver neste mundo, sem levar outras pessoas junto."

 Seguimos. Lutando e resistindo. Todos os dias.

 

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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