Santa Catarina elegeu uma jovem negra para representar o estado no Miss Brasil. A enxurrada de ofensas que a nova Deise Nunes recebeu nas redes é qualquer coisa assombrosa. Comentários odiosos se avolumaram nos espaços ditos sociais, revelando um povo, este das redes, que não se constrange em ofender, caluniar, agredir. Presentearam Pietra Tavares com todas as baixarias que se possa imaginar. A garota não se abalou, ao contrário, mostrou uma postura equilibrada e digna de quem se apresenta para ser cara e voz de uma parte do Brasil. Vai aproveitar as coisas boas que está vivendo e ignorar as más, ela disse, do alto de seus 18 anos.
A deputada Júlia Zanatta, do PL catarinense, se notabiliza por uma forte presença na rede social, geralmente buscando a polêmica para ganhar pontos na audiência. A última dela é ridícula. Acredita que o desenho infantil Galinha Pintadinha chega aos lares brasileiros com a missão de fazer propaganda anticapitalista. Mais: acusa o desenho de ser propaganda do PSOL, defender a transição de gênero e exaltar a União Soviética. Acredite se quiser.
Em Florianópolis, o comentário nos últimos dias é um só: onde está o prefeito Topázio Neto? Frequentador assíduo na rede, com uma média de quase um vídeo postado por dia, sumiu desde que surgiu uma tenebrosa espuma na Lagoa da Conceição. No primeiro dia ele estava lá, no Instagram, para explicar que o problema natural era causado por algas . Aí cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina azedaram a versão. Divulgaram um laudo indicando que a espuma é causada por algas potencialmente nocivas, formadas em ambientes com a presença de poluição. Mostraram que as algas são conhecidas por provocar as ?marés marrons?, o que afeta seriamente o ecossistema aquático. O laudo enfatiza que o problema é causado por ação humana e descarta a hipótese de ter ocorrido um fenômeno natural na lagoa. Daí o sumiço do prefeito.
Tem vida inteligente no jornalismo catarinense. A cada três meses circula o Jornal Offline, 44 páginas impressas com um conteúdo saboroso e criativo. Abre outras janelas sobre Florianópolis. Ambiente, Cultura, Inovação, Turismo, cada tema abordado traz uma leitura rica e original. Escorrega um pouco quando traz um espaço dedicado ao Publi Editorial, que é apresentado com forma gráfica idêntica à do material editorial e praticamente escondendo a cartola que identifica a propaganda. Confunde o leitor, mas o saldo da publicação é muito positivo. Tem razão quando se define como um espaço de pausa para saborear o que Florianópolis tem de melhor. Seria um objeto de desejo, pensado para ser apreciado sem pressa, na concepção do editor. O jornal está presente nas redes também, localize a partir de www.jornaloffline.com.br.