Conseguiremos viver sem likes?

Por Cris De Luca

Like it or not? That's the question.

Não é que o Instagram está testando e resolveu mesmo não deixar mais visível o número de likes das fotos da rede. Isso é bom, ruim ou não faz diferença alguma? Só saberemos quando tiver implementado nos aplicativos de todo mundo. Por enquanto, só lá no Canadá que o pessoal já não vê mais quem está 'bombando' na rede. Ah, é bom lembrar que o usuário vê os likes que recebe e que isso em nada muda o algoritmo da rede.

Diz o pessoal do IG que fizeram essa mudança com o objetivo de diminuir a pressão social, combater o bullying, transformar a plataforma num lugar mais saudável para compartilhar conteúdo, em vez de se tornar um ambiente de 'disputa'. Mas é bom ficarmos alertas também porque é claro que eles não fizeram isso apenas para beneficiar os usuários, afinal, são uma empresa e como tal tem que achar alternativas para melhor o resultado no final do mês e do ano.

Acredito que essa seja uma bela oportunidade para marcas e criadores/influenciadores para evoluírem e aumentarem o engajamento com suas comunidades através do que realmente importa: o conteúdo. E a estratégia de fisgar a atenção do pessoal nos primeiros segundos vai ter que ser ainda maior, porque não teremos mais chuvas de like como chamariz. Perguntei para o Rafa Alencastro, meu amigo jornalista que mora no Canadá como está sendo a experiência, se sentiu alguma diferença no comportamento dele como usuário e a resposta foi que "sim. A atenção vai toda para foto e depois para o conteúdo. Vai ser interessante, pois o conteúdo terá que estimular a leitura já nas primeiras linhas". Se já não adiantava (e era horrível) comprar seguidores e likes para dar volume, imaginem agora? É a 'conversa' e a troca gerada que sempre deveria estar em primeiro lugar.

É claro que, se as pessoas produzem conteúdos mais interessantes, mais tempo a gente fica online no Instagram, se a gente gera mais conversa, mais dados nossos eles têm para trabalhar, mais anúncios eles vendem para as marcas, mais negócios acontecem atrelados a rede e por aí vai. Agora, é esperar os resultados destes testes e ver se ele irão aplicar em todos os lugares do mundo. Estou beeeeeem curiosa para ver como os brasileiros vão lidar sem a métrica da vaidade.

Outras novidades que também foram apresentadas pelo Instagram foram um adesivo de doação no Stories, mas que por enquanto só estará disponível nos Estados Unidos, uma atualização na aparência da câmera também no Stories que vai ter um espaço com mais ferramentas de edição e mais alternativas na hora de compartilhar fotos e vídeos. Tudo para que o conteúdo possa ter mais qualidade e relevância. Ah! E ainda tem uma nova conta para criadores de conteúdo para quem tem acima de 10 mil seguidores, que traz melhorias para quem usa o Instagram como ferramenta de trabalho, deixando ela ainda mais comercial. Estou dizendo, nada é só para facilitar a vida do usuário. Negócios, minha gente, estamos falando de negócios.

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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