Dados e mais dados

Por Cris De Luca

Volta e meia a gente está no meio do povo da comunicação, começam a falar de números e afins e sempre sai aquela fatídica frase "sou de humanas". Quem nunca, não é mesmo? Quem por aí nunca ficou um tempinho tentando entender gráficos, tabelas, tentando organizar uma grande quantidade de dados para não divulgar nada de forma errada, tentando encontrar um rumo para novas estratégias. Uma coisa é fato: não fomos orientados em nenhum momento dentro dos cursos de graduação para a análise de dados. Aprendemos muito bem a recolher informações, mas pensar em cima deles projetando outras coisas, quase nunca.

Aí, chegou uma avalanche de especialistas e estudos falando sobre Big Data e a maioria de nós, que mal consegue lidar com planilhas em Excel, quis começar a pensar o mundo com uma enxurrada de dados. É claro que deu tilt no povo! Todo mundo tem que entender tudo sobre o assunto?? Óbvio que não, mas é essencial se ter uma noção de alguns caminhos a seguir pelo menos. Até porque existem especialistas para isso e temos que parar de tentar abraçar o mundo!

Só que não tem mais como a gente pensar em estratégias de comunicação sem serem baseadas em dados, nem que sejam os micro dados. Não sei se alguma vez foi possível, na verdade. Se bem que sei de pessoas que iam pelo feeling apenas ou iam direto para o operacional. Fazer o que né?

Claro que temos profissionais de comunicação que usam mais dados que outros. Quem trabalha com algo tangível como leads, vendas e etc fica mais tranquilo para medir resultados e verificar se algo está funcionando ou não. E quem trabalha com questões mais intangíveis, como Relações Públicas, como faz? Como identificar se um artigo ou ação de relacionamento afetou diretamente a decisão de alguém comprar um produto ou mudou a percepção sobre uma marca? A venda, por exemplo, acaba sendo uma consequência não tão direta do que construímos.

Lendo uma coisa aqui e outra ali, encontrei alguns pontos que podem nos ajudar a melhor aproveitar dados ou a olhar para alguns que já temos com outros olhos, para nos ajudar a encontrar um caminho. Por exemplo, quando fazemos ações recorrentes de assessoria de imprensa, ou, como costumo usar, relacionamento com a mídia, observar quais são os formatos que funcionam em cada lugar, quais os veículos, formadores de opinião, influenciadores, que estão te dando mais abertura e verificar onde precisa investir na construção de relacionamento. Quem por aí já faz isso?? Ou sempre foi tocando o barco de acordo com o vento de acordo com a pauta??

Outra coisa a se fazer é fazer mais perguntas em cima dos dados que você tem acesso. Pense em quais perguntas o pessoal da equipe (se tiver uma) ou o cliente vai ter fazer. Tente ver além do quantitativo, o que de quali você pode medir, por mais estranho que pareça pensar nisso. Fazendo novas perguntas você pode descobrir quais ações contribuirão para o negócio e ajudar a construir novas estratégias e ideias.

No fim das contas, o negócio é não ter medo dos dados e fazer eles se tornarem os nossos melhores amigos. Testar, testar, testar! Experimentar quantas vezes for necessário. Uma hora a gente pega o jeito e usar dados passa a ser natural, como sempre deveria ter sido.

Autor
Jornalista, formada pela Universidade Federal de Santa Catarina, especialista em Marketing e mestre em Comunicação - e futura relações-públicas. Possui experiência em assessoria de imprensa, comunicação corporativa, produção de conteúdo e relacionamento. Apaixonada por Marketing de Influência, também integra a diretoria da ABRP RS/SC e é professora visitante na Unisinos e no Senac RS.

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