Diga adeus ao sedentarismo

Por Márcia Martins

Se você, leitor ou leitora, que está lendo esta coluna, não pratica nenhuma atividade física, independente da sua idade, e não vale caminhar do quarto para a sala do apartamento, aceite o meu conselho e saia imediatamente do sedentarismo. Procure uma atividade que se enquadre nos seus horários de folga, no seu orçamento e que não seja a tradicional matrícula em planos anuais ou semestrais de academia para jamais frequentar. A vida muda completamente quando passamos a cuidar também do corpo. As dores inexplicáveis somem num passe de mágica. E a disposição reaparece.

Falo por experiência própria. Sempre fugi de exercícios físicos. Nunca levei o assunto muito a sério. Na adolescência até me matriculei em academias de ginástica. Se compareci a mais de quatro aulas seguidas foi um recorde. O legítimo dinheiro jogado fora. Nos primeiros anos da faculdade, influenciada por uma grande amiga, resolvi aprender a jogar tênis. Gastei em roupas, itens para a prática e, mais uma vez, dinheiro jogado fora. Logo depois que minha filha nasceu, fui em algumas aulas de hidroginástica. E, de novo, desisti após umas quatro ou cinco aulas.

Há uns quatro anos, entendi que precisava movimentar meu corpo. Que os barulhos que ele fazia sempre que me mexia ("crec ou croc") não era sinônimo de crocante, mas a falta de atividade física e o sedentarismo cobrando seu preço.
Os sinais de alerta indicavam que algo não ia muito bem. Um cansaço constante e inexplicável para uma aposentada, pouca força muscular, dores nas articulações, sono de péssima qualidade e, principalmente, alguns indicadores nos exames de saúde preocupantes. Foi quando disse definitivamente adeus ao sedentarismo.

Deixei de lado as desculpas que me afastaram das atividades físicas. Organizei meu tempo livre. E hoje sou uma feliz e assídua aluna de ginástica localizada duas vezes por semana e de alongamento uma vez por semana. De vez em quando ainda arrisco caminhadas de uma hora pela Redenção nas manhãs sem chuva.

Tenho mais disposição para longas caminhadas. Tanto que na viagem a Espanha e Portugal em março encarei todos os passeios a pé. Tenho menos dores pelo corpo. Aliás, meu corpo reclama quando fico sem fazer os exercícios. Em julho, o professor de ginástica localizada tirou licença prêmio e ninguém o substituiu. Resultado: fiquei uns 30 dias sem atividade física e o corpo estranhou. E os indicadores de saúde melhoraram surpreendentemente.

Portanto, ouça o meu conselho: diga adeus ao sedentarismo. Deixe de arrumar desculpas para não caminhar, não fazer exercícios, não alongar o corpo, não fazer pilates ou qualquer outra atividade. Sua saúde, física e mental, com certeza, irá agradecer muito.

Autor
Márcia Fernanda Peçanha Martins é jornalista, formada pela Escola de Comunicação, Artes e Design (Famecos) da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), militante de movimentos sociais e feminista. Trabalhou no Jornal do Comércio, onde iniciou sua carreira profissional, e teve passagens por Zero Hora, Correio do Povo, na reportagem das editorias de Economia e Geral, e em assessorias de Comunicação Social empresariais e governamentais. Escritora, com poesias publicadas em diversas antologias, ex-diretora do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (Sindjors) e presidenta do Conselho Municipal dos Direitos da Mulher de Porto Alegre (COMDIM/POA) na gestão 2019/2021. E-mail para contato: [email protected]

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