Diga-me com quem andas que eu (não) te direi quem és

20/04/2018 17:44

Concordo ? em partes ? com o ditado que dá título à coluna. Na adolescência, minha mãe vez ou outra me dava um toque sobre as amizades e, na maioria das vezes, ela tinha mesmo razão. Era uma sensação de impotência, mas era inocência mesmo. Enquanto a pessoa não me parecesse perigosa ou algo assim, eu mantinha a amizade numa boa. Depois, confesso que quebrei muita a cara.

O fato é que não respondemos pelas atitudes dos outros. Levanta o dedo aí quem, em algum momento, não respondeu nem pelas suas. Quem nunca? Ter amigas do peito que pensam diferente em tantos sentidos, não quer dizer que eu concorde com as escolhas delas. Mas as respeito. E quando essa palavrinha tão importante entra no jogo, meu amigo, a relação não enfraquece. Permite que possamos conhecer, olhar, analisar e entender as preferências dos outros, na maioria, tão próximos a nós. O que não significa que temos a mesma opinião, e sim, que convivemos em harmonia com as diferenças. Quer classe mais eclética do que jornalistas? Experimenta sentar numa redação ou numa mesa de bar e falar de política. Tem quem arrisque perder o amigo, então nem entra na roda.

Lá em casa, por exemplo, somos tão diferentes e gostamos de tantas coisas parecidas. Como assim? É assim mesmo. Fica balanceado. Discordar não é problema, faz parte do jogo da vida. Julgar é outra história. Dá pra entender? São dois colorados e uma gremista. Três, na verdade, porque converteram o cachorro a ser do time vermelho. Capaz de o sábio cão virar a casaca depois de ter sobrado só o Brasileiro pra eles agora.

Brincadeiras à parte, até porque todos sabemos que política, religião e futebol não se discute, o texto de hoje é para refletir. Não devemos nos censurar, mas podemos cuidar para que a nossa máquina de emitir opiniões não invada a grama do vizinho. Cada um sabe onde o calo aperta, onde a relação se completa e a importância de silenciar no momento adequado.