É preciso repensar as estratégias
Por Renato Dornelles
A chamada "guerra às drogas" provoca nova uma "guerra das drogas" e deixa dezenas de mortos e feridos no Rio de Janeiro. Até o momento em que eu escrevia essa coluna, já eram 64 em uma operação de combate ao Comando Vermelho. Entre as vítimas, quatro policiais.
Antes de mais nada, me antecedo a qualquer julgamento precipitado e esclareço que não estou me opondo ao combate ao tráfico. Mas sim à maneira como ele costuma ser executado, principalmente nas favelas do Rio, que faz com que a "guerra às drogas" se transforme em "guerra das drogas".
Por maior que seja o aparato das forças de segurança, as incursões policiais normalmente provocam baixas dos três lados: entre os traficantes, entre os policiais e nas comunidades, com pessoas atingidas por balas perdidas.
Situações como essa dificilmente deixarão de ocorrer enquanto nessa chamada "guerra às drogas" não houver um trabalho maior em inteligência e investigação, além, é claro, de investimentos em outras áreas que poderão contribuir com o combate ao crime, como educação, por exemplo.
Além do mais, em uma análise mais profunda, levando-se em consideração um período bem maior de tempo, podemos concluir que esse tipo de ação tem sido paliativo, uma vez que desde os anos 80, ou seja, há 40 anos, já foi executado inúmeras vezes e o tráfico de drogas segue forte.
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