Era uma vez, uma empresa é inovadora...

Durante as últimas décadas, a inovação vem sendo entendida como fundamental para a competitividade das empresas e o motor para o desenvolvimento econômico e social. À medida que o centro da atividade econômica do mundo em desenvolvimento passou da produção industrial à prestação de serviços e à gestão do conhecimento, a inovação tornou-se uma estratégia de sobrevivência para as organizações.

Ganha especial destaque na discussão sobre gestão da inovação, a indústria criativa. Como já comentei em um artigo anterior, podemos afirmar que a indústria criativa se caracteriza por ter na criatividade e no capital intelectual seus pilares, seus valores referenciais.

Com sua natureza multidisciplinar, a indústria criativa exige que se desenvolvam novas competências, novas disciplinas, novas habilidades de gestão e, naturalmente, também novos modelos de negócios, mais adaptados ao ambiente cada vez com menos fronteiras entre os negócios propriamente ditos, o marketing, a comunicação e o entretenimento.

Mas será que sua empresa, que dialoga tanto com a criatividade, é, também, inovadora?

No livro Gestão da Inovação, os autores, Joe Tidd e Joseph Bessant, afirmam que inovação é muito mais do que administrar o desenvolvimento de produtos, fomentar a pesquisa e/ou estabelecer um modelo de visão criativa. Os autores defendem que construir uma "organização inovadora" de sucesso depende diretamente de criar um conjunto de componentes que devem trabalhar integrados para fortalecer um ambiente que crie as condições ideais para que a inovação prospere.

Então, preste atenção se os sete componentes abaixo estão presentes e integrados na sua empresa e/ou organização, independentemente do seu tamanho ou do seu segmento:

  1. Visão compartilhada, liderança e desejo de inovar: isso significa senso de propósito formalizado e compartilhado; valorização de projetos estratégicos de longo prazo e comprometimento da alta gestão com modelos inovadores;
  2. Estrutura organizacional adequada: estrutura que permita e valorize a criatividade, a aprendizagem e a interação:
  3. Indivíduos-chave: figuras facilitadoras que se apresentem como promotores, defensores e outras funções que energizem e facilitem o processo de inovação;
  4. Inovação de alto envolvimento: alto nível de envolvimento coletivo da organização em atividades de melhoria contínua do processo de inovação;
  5. Trabalho de equipe eficaz: esse componente diz respeito ao uso adequado de equipes e está diretamente associado à capacidade de essas equipes serem eficazes. ?
  6. Clima criativo: o clima é definido como os padrões recorrentes do comportamento, das atitudes e dos sentimentos que caracterizam a vida na organização;
  7. Superação de fronteiras: este componente traz a ideia do envolvimento ampliado da organização e construção de solução com vários atores. Isso projeta a inovação aberta e exige a construção de tais relacionamentos com um elenco muito mais diversificado, incluindo fornecedores, empregados, competidores, reguladores e outros tantos envolvidos.

Logo, se você identifica esses sete componentes na sua empresa e todos eles trabalhando de forma articulada, parabéns! Provavelmente você está no meio da inovação. A partir de agora, muito cuidado para não ser atropelado por ela.

Autor
Engenheiro, fundador, ex-CEO e ex-presidente do Conselho de Administração da AG2, fundador e ex-presidente da Associação Brasileira de Agências Digitais (AbradiRS) em duas gestões. Presidente do Conselho de Administração da Seekr de Blumenau e também sócio e membro do Advisory Board das seguintes empresas: Alright, MPQuatro, Delta, Zeeng, DEx01 e Minovelt. Foi eleito pela plataforma Proxxima um dos 10 profissionais mais inovadores do mercado brasileiro, em 2011. É professor do curso de Comunicação Digital da Unisinos e mestrando em Design Estratégico. Já trabalhou com estratégia digital para as principais marcas do mercado brasileiro incluindo Bradesco, Toyota, GM, Natura, Rio2016, Vale, Embraer, C&A, entre outras.

Comentários