Falo com...

Por Marino Boeira

Falo com Frank Sinatra. Cantor e ator de cinema - 1915/1998.

 

Sinatra, você foi considerado o maior cantor norte-americano e participou com sucesso de muitos filmes como 'A Um Passo da Eternidade', 'Alta Sociedade', 'Sob o Domínio do Mal' e 'O Homem do Braço de Ouro'. Como você se enxerga?

"Eu já fui um fantoche, um indigente, um pirata, um poeta, um peão e um rei. Eu já estive por cima, por baixo, por dentro, por fora e de uma coisa eu sei. Toda vez em que me encontro derrotado no chão, eu sacudo a poeira, me levanto e volto pra corrida. É a vida."

No filme 'O Homem do Braço de Ouro', de 1955, você fez o papel de um drogado exímio jogador de cartas. Você é realmente um jogador?

"Você vive apenas uma vez, mas se jogar bem suas cartas, uma vez é suficiente. O suficiente para sentir a vida em todo o seu esplendor."

E o álcool?

"O álcool pode ser o pior inimigo do homem, mas a Bíblia diz para amarmos nosso inimigo."

Você é um homem de fé?

"Não sou insensível à ideia de que o homem deve buscar algum tipo de fé, basicamente, sou a favor de qualquer coisa que faça você dormir à noite, seja uma prece, tranquilizantes ou uma garrafa de Jack Daniel's."

Você Sinatra já foi acusado muitas vezes de ter ligações com a máfia. O que há de verdade nisso?

"Sou a favor da decência, ponto final. Sou a favor de tudo e de tudo que traz amor e consideração aos meus semelhantes."

E as mulheres, dizem que você sabe tudo delas?

"Dizem que tenho PHD em mulheres, mas sei muito pouco sobre elas, como todos os homens."

Mas seu famoso caso com Ava Gardner?

"Foi o melhor dos meus erros, e o maior dos enganos."

Vamos falar de música. O que você pensa do rock?

"O Rock And Roll é a marcha marcial de todos os delinquentes juvenis sobre a face da terra."

Seu encontro com Tom Jobim e a gravação de Garota de Ipanema, são referências até hoje. O que você lembra desse encontro?

"O trabalho que fiz com Tom Jobim foi um dos que mais me deram satisfação pessoal e profissional em minha carreira. Ele era um gênio e fazia qualquer um que trabalhava com ele sentir-se bem."

No dia 26 de janeiro de 1980, você se exibiu no Maracanã para um público de mais de 175 mil pessoas. Chovia muito naquela noite, mas quando você pisou no palco a chuva cessou. Você lembra do que expressou na hora?

"Oh my God."

Vingança?

"A melhor vingança é um enorme sucesso."

Viver até quando?

"Vou viver até morrer."

Autor
Formado em História pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), foi jornalista nos veículos Última Hora, Revista Manchete, Jornal do Comércio e TV Piratini. Como publicitário, atuou nas agências Standard, Marca, Módulo, MPM e Símbolo. Acumula ainda experiência como professor universitário na área de Comunicação na Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e na Universidade do Vale do Rio do Sinos (Unisinos). É autor dos livros 'Raul', 'Crime na Madrugada', 'De Quatro', 'Tudo que Você NÃO Deve Fazer para Ganhar Dinheiro na Propaganda', 'Tudo Começou em 1964', 'Brizola e Eu' e 'Aconteceu em...', que traz crônicas de viagens, publicadas originalmente em Coletiva.net. E-mail para contato: [email protected]

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